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    No Alvorada, Bolsonaro e evangélicos mapeiam votos de Mendonça

    Presidente receberá ainda hoje no Palácio da Alvorada o seu indicado para o STF e lideranças evangélicas

    Caio Junqueira

    Na véspera da sabatina ao Senado, o presidente Jair Bolsonaro receberá ainda hoje no Palácio da Alvorada o seu indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, e lideranças evangélicas que hoje ocuparam Brasília para um corpo a corpo com senadores que deverão votar nesta quarta-feira se ele deve ou não assumir uma cadeira na corte.

    O encontro será restrito a religiosos e servirá para fazer um mapeamento dos votos. Estiveram hoje em Brasília pelo menos 72 lideranças evangélicas, segundo conta da Frente Parlamentar Evangélica. Foram eles os principais cabos eleitorais de Mendonça na véspera da sabatina, visitando senadores e pedindo votos a eles. A liderança do PL no Senado, partido ao qual Bolsonaro se filiou hoje, virou o bunker do grupo.

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    Até mesmo um monitoramento dos passos do presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre, foi feito para saber se ele pretende de alguma forma impedir que a votação ocorra no colegiado nesta quarta-feira. Há receio de que ele possa suspender a sessão ou prolongá-la de modo a inviabilizar uma votação no plenário nesta semana.

    Alcolumbre se encontrou com Bolsonaro nesta segunda-feira e, segundo fontes do Palácio do Planalto, disse a ele que continuava trabalhando contra Mendonça e que se Boslonaro escolhesse outro nome, ele passaria com facilidade. Procurada, a assessoria de Mendonça não se manifestou. Oficialmente, Alcolumbre também não se pronunciou.

    Nas contas dos evangélicos, há pelo menos 50 votos a favor de Mendonça. São necessários 41. Interlocutores de Alcolumbre, porém, dizem que a votação está apertada e é imprevisível. Nesta terça-feira, os evangélicos ainda tentavam um apoio do maior partido da oposição, o PT, a Mendonça, sob o argumento de que seria um gesto do partido ao segmento religioso na véspera de um ano eleitoral. Lideranças evangélicas apoiam em peso Bolsonaro, mas segundo as pesquisas o eleitor evangélico majoritariamente deverá votar no petista.

    Nesta terça-feira, Mendonça conversou com integrantes do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e, claro, do Congresso Nacional, além de lideranças evangélicas. Dos quatro senadores que não quiseram recebê-lo -Renan Calheiros, Jorge Kajuru, Cid Gomes e Davi Alcolumbre–, um, Cid, sinalizou que conversaria com ele ainda hoje, o que foi visto como um gesto relevante da oposição.

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