Bolsonaro critica candidatura de Marcos Pontes: “Esse é meu pagamento?”
Marcos Pontes se candidatou à Presidência do Senado em outubro do ano passado; PL apoia Alcolumbre
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Com a eleição para a presidência do Senado Federal se aproximando, Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta segunda-feira (20), a candidatura do senador Marcos Pontes (PL-SP) ao cargo. O pleito acontece no dia 1º de fevereiro, às 10h.
“Marcos Pontes, que está disputando a presidência, boa sorte a você. Mas eu lamento você estar nessa situação, porque você sabe que não tem como ganhar. O voto é secreto e se nós embarcarmos na sua candidatura, que eu acho muito melhor que outras aí, nós vamos ficar sem comissões”, disse Bolsonaro em live do portal AuriVerde Brasil.
Em tom mais indignado, o ex-chefe do Executivo cobra o senador por tê-lo apoiado nas eleições de 2022.
Marcos Pontes, aliado do ex-presidente, foi eleito senador em 2022, quando Jair Bolsonaro disputou a reeleição para a Presidência da República e perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações recebeu 10,7 milhões de votos e conquistou uma cadeira por São Paulo.
“Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado lá o meu amigo Marcos Feliciano, com uma dor no coração enorme, para te apoiar. Esse é meu pagamento?”, questionou Jair Bolsonaro.
“Agora pega mal para todos nós, né? Boa sorte a você, mas não é um trabalho em equipe. Estamos de olho em 2026, fortalecer o Senado Federal. Você tem votado conosco sem problema nenhum, mas esse momento agora é outro momento, mudou o clima, olha o que nós estamos passando, o que nós estamos sofrendo”, acrescentou.
A CNN procurou o senador Marcos Pontes para comentar as declarações do ex-presidente e, até a publicação deste conteúdo, ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Eleição no Senado
Marcos Pontes se candidatou à Presidência da Casa Alta do Congresso Nacional em outubro do ano passado. Na ocasião, o senador afirmou que a decisão seria independentemente de apoio partidário ou articulações. O parlamentar ressaltou que, caso se seja eleito, vai buscar promover uma distribuição equilibrada de cargos e responsabilidades no Senado.
“Asseguro que, se eleito, agirei de acordo com o regimento desta Casa, com equilíbrio, sensatez e justiça, no dia a dia, na composição da Mesa e na distribuição de comissões e matérias, sempre prezando pela proporcionalidade, pela imparcialidade e pela lógica. Sei que a jornada não será fácil. Muitos que estão na arquibancada, distantes das complexidades deste jogo aqui, podem até criticar a minha decisão, dizendo que esse movimento não terá êxito. Mas não temo as críticas. Prefiro ouvir a minha consciência, que é a parte mais importante de todos nós”, afirmou à época.
O senador não tem o apoio do próprio partido, o PL. A sigla declarou apoio ao adversário de Pontes, Davi Alcolumbre (União-AP), que aparece como favorito na disputa pela presidência do Senado.
Alcolumbre tem o apoio de sete bancadas, além do União Brasil:
- PSD
- MDB
- PT
- PL
- PP
- PDT
- PSB
Juntos, os partidos somam 69 dos 81 senadores, mas o voto é secreto e o apoio da bancada não garante a fidelidade de todos os integrantes. Para ser eleito, é necessário ser escolhido por ao menos 41 parlamentares.
*Com informações do Senado Federal