Bolsonaro avalia encontro reduzido com governadores aliados
A avaliação no Palácio do Planalto é de que um encontro ampliado possa ser explorado politicamente para desgastar a imagem do presidente

Com resistência a aceitar o convite feito pelo Fórum Nacional de Governadores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avalia promover um encontro reduzido com gestores estaduais que sejam aliados do Palácio do Planalto.
A ideia tem sido defendida por integrantes da articulação política do governo federal, para os quais, ao promover uma reunião com aliados, o presidente não estaria nem recusando a disposição ao diálogo nem abrindo espaço para críticas de adversários.
O principal receio de assessores presidenciais é de que uma reunião com todos os governadores possa ser explorada politicamente para desgastar o presidente, servindo como uma espécie de debate eleitoral antecipado da campanha do ano que vem.
Por isso, aliados do presidente defendem que Bolsonaro faça um encontro reduzido, com a presença de nomes como Romeu Zema (Minas Gerais), Antonio Denarium (Roraima) e Ronaldo Caiado (Goiás).
Até o momento, o Fórum Nacional de Governadores recebeu apenas a confirmação do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O encontro deve ser marcado para a próxima semana.
Nas palavras de um auxiliar palaciano, promover um encontro cujo objetivo é criar um espaço para críticas ao presidente não ajudaria a construir um ambiente de pacificação, aumentando apenas o ambiente de polarização.

A avaliação no Palácio do Planalto é de que, antes de promover um encontro com gestores estaduais, o presidente deve tentar reconstruir o diálogo com o STF (Supremo Tribunal Federal), hoje considerado o principal desafio da articulação política.
Nesse sentido, o presidente tem evitado nos últimos dias fazer ataques ao Poder Judiciário, focando as suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Ainda assim, integrantes da Suprema Corte não consideram o arrefecimento suficiente.
Em conversas com interlocutores do governo, o presidente do STF, Luiz Fux, já deixou claro que só remarcará encontro entre os chefes dos três poderes caso Bolsonaro mude de postura.