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    Bolsonaro autorizou antecipação de vacina para contrapor Doria

    Até então, a ideia de Pontes era fazer a divulgação da Versamune apenas após a Anvisa aprovar o pedido para que fossem realizados testes da fase 1 e 2

    Caio Junqueirada CNN

     O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) orientou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, a divulgar que o governo federal protocolou nesta quinta-feira (25) na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o pedido para início dos testes clínicos em humanos de uma nova vacina contra Covid-19 desenvolvida no Brasil, chamada de Versamune-CoV-2FC.

    A decisão ocorreu após duas reuniões no Palácio do Planalto. Na primeira, estiveram presentes Marcos Pontes, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e representantes da Casa Civil. Nela, Pontes disse que a vacina anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pela manhã, estava em um estágio mais atrasado do que a Versamune. 

    Eles decidiram, então, fazer uma coletiva para anunciar, mas precisavam do aval de Bolsonaro. Foram, então, ao gabinete presidencial e explicaram a situação a Bolsonaro, que deu apoio para o anúncio.

    Até então, a ideia de Pontes era fazer a divulgação da Versamune apenas após a Anvisa aprovar o pedido para que fossem realizados testes da fase 1 e 2. Mas, quando ele e sua equipe viram o anúncio de Doria, resolveram levar ao Planalto a ideia.

    Fontes no governo garantem que, até aquele momento, a Butanvac não havia virado pauta principal do governo, em volta desde a manhã em reuniões com governadores. Não fora assunto sequer no grupo dos ministros e interlocutores mais próximos do presidente disseram que ele não tratou disso.

    Bolsonaro disse que 'projeto social, em grande parte, não resgata (pobre)'
    Anúncio da Versamune foi orientado pelo presidente Jair Bolsonaro
    Foto: Amanda Perobelli -12.ago.2020/ Reuters

    Com o aval presidencial, a coletiva foi informada à imprensa às pressas e Pontes e Queiroga desceram e anunciaram o protocolo no próprio Palácio do Planalto. 

    Ao contrário da coletiva de Doria, não houve prazos nem estimativas de doses da Versamune, tampouco logo e caixa da vacina do governo federal. Fontes de Brasília disseram à CNN que houve excesso de marketing no anúncio de Doria.

    No Palácio dos Bandeirantes, porém, a coletiva às pressas de Brasília foi vista com ironia.  A avaliação no entorno do governador paulista foi a de que o Palácio do Planalto “passou recibo” da Butanvac, apesar de considerarem que tanto Pontes como Queiroga foram elegantes com o governo paulista. 

    Até as 19h, porém, segundo a própria Anvisa, o Butantan não havia protocolado nenhum pedido na agência sobre a Butanvac.

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