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    Bolsonaro admite que Cultura está ‘deixando a desejar’ e culpa ‘aparelhamento’

    Deputados federais católicos e padres pediram ao presidente que participe mais dos programas de emissoras cristãs, mas não trataram da pandemia da Covid-19

    Regina Duarte em reunião com o presidente Jair Bolsonaro
    Regina Duarte em reunião com o presidente Jair Bolsonaro Foto: Secom/Divulgação - 06/05/2020

    Noeli Menezes, da CNN, em Brasília

    Em reunião com lideranças católicas na tarde desta quinta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um mea culpa sobre as ações do governo na área da cultura e comentou a saída da atriz Regina Duarte do comando da Secretaria de Cultura.

    Bolsonaro justificou a falta de atuação mais efetiva na área por se tratar de uma secretaria “muito aparelhada”, em referência às críticas geralmente feitas por seus ministros de que há servidores alinhados a governos anteriores em cargos estratégicos de determinadas pastas e secretarias.

    “É uma secretaria grande, enorme, e também muito aparelhada. E devemos colocar a secretaria para trabalhar tendo em vista o que a maioria da população brasileira quer. Ninguém aqui vai censurar a minoria, mas com verbas públicas isso não vai acontecer em nosso governo”, disse o presdiente, respondendo ás demandas de padres para que participasse mais de programas das rádios e TVs católicas.

    “Eu não tenho capacidade sozinho de ver e tomar decisões sobre tudo o que acontece no governo. Na questão de comunicações, nós realmente deixamos a desejar. Temos um potencial muito grande de atender à maioria da população. A questão da cultura também”, afirmou, reiterando que Regina Duarte assumirá a Cinemateca e que “temos uma outra pessoa entrando no governo”.

    O nome mais cotado para ser o novo secretário especial da Cultura, conforme antecipou a CNN, é o ator e apresentador Mário Frias, apoiador de Jair Bolsonaro que passou os últimos dois dias em Brasília na companhia do presidente.

    Pedidos ao presidente

    Em uma hora e meia de encontro remoto, deputados federais da bancada católica e padres não falaram da pandemia do novo coronavírus nem de ações de enfrentamento da crise de saúde pública e econômica. Por outro lado, pediram coordenação do governo contra iniciativas no Judiciário que podem resultar na liberação do aborto de fetos de até 12 semanas e ampliação do número de outorgas de rádios e TVs religiosas.

    O padre e apresentador de TV Reginaldo Manzotti, que já tinha participado de uma live com Bolsonaro no domingo de Páscoa, em abril, cobrou agilidade nos processos de outorga que “estão parados na Casa Civil” e citou a “mídia negativa” contra o governo para justificar a necessidade de ampliação do espaço das emissoras religiosas, que fariam um contraponto à grande imprensa. “Peço maior acesso ao Ministério [da Ciência, Tecnologia, Inovações e] Comunicações e à Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações]”.

    Já o padre Ward Dougherty foi um dos únicos a citar indiretamente a pandemia de Covid-19, ao reclamar que tenta entrar em contato com ministérios, “mas está tudo fechado” no momento. “Estou querendo apresentar várias tecnologias para o Brasil e não tenho tido acesso a ministérios, como o da Agricultura.”