Bolsonaristas golpistas que estavam acampados em SP fizeram “gatos” na rede elétrica
A CNN esteve no acampamento no último domingo (8) e constatou as ligações feitas nos postes elétricos da avenida Sargento Mário Kozel Filho


O grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que estava acampado desde novembro do ano passado em frente ao Quartel General do Exército, na região do Ibirapuera, Zona Sul de São Paulo, fez diversas ligações clandestinas de luz, conhecidas como “gatos”, para alimentar tomadas e lâmpadas no local.
A CNN esteve no acampamento no último domingo (8), quando os participantes marcharam pelas ruas do bairro em apoio aos atos criminosos que aconteciam em Brasília, e constatou as ligações feitas nos postes elétricos da avenida Sargento Mário Kozel Filho.
Em um dos postes, os manifestantes golpistas romperam placas de segurança que protegiam a fiação e fizeram as ligações com fios ligados diretamente ao poste. O fechamento da placa foi improvisado com fitas isolantes. Em diversos outros postes foram constatadas a mesma situação.
Edson Martinho, engenheiro eletricista e diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) falou que esse tipo de ligação pode ocasionar incêndios e oferece o risco de choques elétricos, uma vez que a fiação do poste é energizada. Ele também falou sobre os crimes que podem ter sido cometidos no acampamento.
“Essa situação, se ela não tem uma medição, ela é roubo de energia. Ou seja, você está roubando uma energia de alguém que está pagando. Agora o risco também existe quando você estiver conectando. Qualquer toque que você tiver ali, leva um choque que pode ser fatal”, explica.
O acampamento do Ibirapuera e outros 33 de São Paulo foram dispersados pela Polícia Militar de após o secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, atender a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o desmonte dos acampamentos bolsonaristas, em consequência dos atos criminosos e depredação dos Três Poderes.
A ENEL Distribuição – concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo – informou que está avaliando as ligações que foram feitas nestes locais, mas não forneceu mais detalhes.
A Prefeitura da cidade de São Paulo, a Assembleia Legislativa do Estado – localizada na rua onde o acampamento foi montado – e o Exército foram consultados sobre um suposto aumento no consumo de energia elétrica, mas até o momento não retornaram.