Bezerra: Elcio Franco não encontrou irregularidades no contrato com a Covaxin
Líder do governo no Senado ressaltou que apurações foram feitas de maneira "cautelosa e criteriosa"
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia desta terça-feira (29) que as supostas irregularidades no contrato para a aquisição das vacinas indianas Covaxin foram apuradas pelo então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, de maneira “cautelosa e criteriosa”.
Segundo o senador, o número dois da pasta durante a gestão de Eduardo Pazuello concluiu que “não houve irregularidades contratuais” na compra dos imunizantes.
Por fim, Bezerra Coelho ressaltou que Elcio Franco foi o escolhido para realizar essas apurações porque o militar foi responsável por todas as negociações, contratações e aquisições de vacinas
A defesa do senador acontece um dia após o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, protocolar uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Supremo Tribunal Federal por prevaricação no caso da compra da vacina Covaxin.
Na última quarta-feira (23), o deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirmou à CNN que levou pessoalmente ao presidente da República “provas contundentes” de irregularidades nas negociações para a compra dos imunizantes indianos.
Miranda é irmão de um servidor do Ministério da Saúde que, segundo ele, teve conhecimento dos problemas.
“Diante do encontro relatado pelo deputado federal Luis Miranda, o presidente da República entrou em contato com o então Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no dia 22 de março de 2021, segunda-feira, a fim de solicitar a realização de uma apuração preliminar acerca dos fatos relatados quanto ao contrato de compra da vacina Covaxin”, afirmou o líder do governo nesta terça.
“No regular exercício do poder de autotutela da administração pública, ato contínuo após a ordem do presidente da República, o ministro determinou que o então secretário-executivo, Elcio Franco, realizasse uma averiguação prévia dos indícios de irregularidades e ilicitudes apontados”, completou.

Na sessão da CPI da última sexta-feira (25), Miranda confirmou que o nome citado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto “rolo” na aquisição das vacinas Covaxin é o do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
O deputado vinha sendo questionado desde o início do depoimento a respeito de qual o parlamentar que o presidente da República teria associado a um “rolo” na negociação para a compra do imunizante contra a Covid-19. Ele chegou a dizer várias vezes que tinha “esquecido” ou que tinha tido um “lapso de memória”, mas revelou após ser intensamente interpelado.
Nesta segunda (28), Fernando Bezerra disse à CNN que pediu ao presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM) que Barros seja convocado a prestar depoimento na comissão o quanto antes, de preferência ainda nesta semana.