Aziz desafia Bolsonaro a provar acusação de desvio de dinheiro no Amazonas
Presidente citou suposto desvio de R$ 260 milhões quando o senador governava o estado; no entanto, o parlamentar não foi denunciado nem se tornou réu
A tensão entre os líderes da CPI da Pandemia e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (8) após o mandatário acusar Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, de participar de um esquema de desvio de dinheiro da saúde no Amazonas em 2016.
Na época, Aziz era governador do estado e não foi denunciado nem se tornou réu.
A fala do presidente aconteceu no cercacinho do Palácio do Planalto em meio a críticas sobre a condução da CPI da Pandemia.
“A Covaxin não tinha passado pela Anvisa, e tem mais. Depois [o contrato] passa pela Controladoria-Geral da União, eles fazem o pente fino da maioria dos contratos. Depois ainda tem o Tribunal de Contas da União. Como você vai fazer uma sacanagem dessa? Só na cabeça de um cara que desvia do seu estado R$ 260 milhões, como o Omar Aziz desviou, que pode falar isso ai,” disse Bolsonaro.
A fala chegou à Comissão Parlamentar de Inquérito e foi prontamente respondida por Omar Aziz, que desafiou o presidente a apresentar provas que comprovem a acusação.
“Como de costume [o presidente], passou 50 minutos no cercadinho que ele usa para assacar a honra dos outros. Ele, de forma vil, me coloca como se tivesse desviado. Não sei onde ele ouviu isso. Como ele se informa com compadres e coisas pequenas, a gente releva. Presidente, eu lhe desafio a procurar um processo em que eu seja réu ou denunciado. Você já mandou seus agentes de informação vasculharem minha vida toda, eu não tenho dúvida disso,” disse o presidente da CPI.
Além do desafio de Aziz, a comissão enviou nesta quinta-feira (8) uma carta para Bolsonaro pedindo esclarecimentos sobre os fatos apresentados na audiência do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) que acusa o presidente de ter se omitido ao saber das tentativas de aprovar um contrato com suspeitas de fraudes no caso da compra da Covaxin.
