Aziz: CPI da Pandemia tem material vasto para indiciar envolvidos
Presidente da CPI da Pandemia diz à CNN que comissão cumpriu seu papel, investigou principais pontos e revelou informações que não eram do conhecimento de ninguém
O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou nesta segunda-feira (30), em entrevista à CNN, que a comissão tem um vasto material para indiciar pessoas que tentaram tirar proveito da crise sanitária.
“Temos hoje [um material] muito substancial para indiciar muitas pessoas que cometeram crime e tentaram tira proveito de uma situação de morte no Brasil”, disse Aziz.
“Chegamos a quase 280 mil vidas perdidas, fora os milhões de sequelados pela doença, e no Brasil, algumas pessoas envolvidas, dentro do Ministério da Saúde, tentaram tirar proveito na compra de vacinas”, completou.
Ao fazer uma avaliação do trabalho da comissão nos últimos meses, Aziz disse muitas coisas que não eram do conhecimento nem da imprensa e, muito menos, da população, vieram à tona graças ao trabalho da CPI.
“No primeiro momento, achávamos que o governo não tinha intenção de comprar vacina (…) Mas depois descobrimos que o governo tinha intenção de comprar vacina, mas não de empresas qualificadas como Pfizer, AstraZeneca, e Butantan, e sim por intermediários para tirar proveito”, apontou, ao se referir às negociações da Covaxin.
Senador rebate acusações de líder do governo
Questionado sobre as acusações feitas pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, de que a CPI teria vazado dados sigilosos dele, Aziz afirmou que a comissão conseguiu provar que não partiu dela as informações publicadas na imprensa.
“Olha, não houve vazamento. O deputado sabia, antes de a matéria ir ao ar, e já estava na Justiça. E a ministra nos deu 12 horas numa sexta-feira à tarde. Às 5h de sábado conseguimos mostrar para a ministra Carmém Lúcia [que não houve vazamento] e foi a melhor coisa que aconteceu para mim, como presidente [da CPI].”
Sobre o que a CPI ainda pode fazer nas suas últimas semanas, Aziz destacou que é importante que o trabalho dos senadores evite que a situação de falta de imunizantes se repita no próximo ano.
“Temos que fazer um esforço para que o Brasil se prepare para 2022. Não podemos passar 2022 com o mesmo discurso de 2021. Temos que ter vacinas já em janeiro, fevereiro e março para aplicar nos brasileiros porque essa pandemia vai passar se a gente se imunizar”, afirmou.

Fim dos trabalhos em setembro
Aziz também se mostrou contra a continuidade dos trabalhos da comissão até outubro – incluindo a apresentação de seu relatório final naquele mês.
“Acho que os dados que temos, precisam ser encaminhados. Primeiro, que não vamos julgar, condenar e prender ninguém. Não é o papel da CPI”, disse.
“E eu acho que os pontos principais da CPI foram investigados: tratamento precoce que levou centenas ou milhares de pessoas à morte; imunização de rebanho, um grande crime cometido contra as pessoas; propagação de fake news; e o gabinete paralelo, que não funcionava dentro do Ministério da Saúde”, elencou.
“Acho que o papel da CPI não é protelar mais. Temos que fazer um relatório e entregar para os órgãos competentes (…) Como eu disse anteriormente, a CPI da Pandemia não quer vingança, ela quer Justiça.”