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    Arthur do Val é notificado pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de SP

    Deputado deve apresentar defesa prévia contra a representação para cassação do mandato até a próxima quinta-feira (17)

    Deputador Arthur do Val desembarca em São Paulo após viagem para a Ucrânia
    Deputador Arthur do Val desembarca em São Paulo após viagem para a Ucrânia Saulo Dias/Photopress/Estadão Conteúdo

    Tiago Tortellada CNN

    O deputado estadual Arthur do Val (sem partido), conhecido como “Mamãe Falei”, foi notificado nesta quinta-feira (10) pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sobre a representação para cassação de seu mandato após áudios sexistas de sua autoria terem sido divulgados na internet.

    O prazo final para apresentação da defesa prévia termina na próxima quinta-feira, dia 17 de março. Uma reunião para julgamento da admissibilidade das representações foi marcada para o dia seguinte, 18 de março, pela presidente do Conselho, deputada Maria Lucia Amary, às 11 horas.

    Segundo o analista de Política da CNN Iuri Pitta, na quarta-feira (9), por unanimidade, os integrantes do Conselho de Ética da Alesp aprovaram juntar as 12 representações apresentadas desde o fim de semana em um único processo. O deputado Delegado Olim (PP) será o relator.

    Nesta quinta-feira, começou a contar o prazo de cinco sessões plenárias para que Do Val apresente sua defesa. O analista da CNN Iuri Pitta também informou que o deputado enviou carta aos demais colegas na terça-feira (8) prometendo não sair candidato a um novo mandato e pede para não ser cassado, pois seria um “exagero”.

    Também na terça, o Podemos acatou o pedido de desfiliação feito por Do Val, que anunciou a saída do Movimento Brasil Livre (MBL).

    Entenda o caso

    Do Val foi para a Ucrânia na semana passada para, segundo ele, “ver o que está acontecendo ‘in loco’”, durante a invasão do país pelas forças russas, lideradas pelo presidente Vladimir Putin. Ao sair do país, enviou mensagens de voz nas quais faz comentários sexistas sobre as refugiadas ucranianas.

    “É inacreditável a facilidade. Essas ‘minas’ em São Paulo se você dá bom dia elas ‘iam’ cuspir na tua cara. E aqui elas são supersimpáticas, super gente boa. É inacreditável”, disse.

    “Mano, eu ‘tô’ mal. ‘Tô’ mal, ‘tô’ mal. Eu passei agora… são quatro barreiras alfandegárias. São duas casinhas em cada país. Mano, eu juro para vocês. eu contei: foram 12 policiais deusas. Deusas, mas deusas, assim, que você casa e, assim, você faz tudo o que ela quiser. Eu ‘tô’ mal, cara. Assim, eu não tenho nem palavras ‘pra’ expressar. Quatro dessas eram ‘minas’, assim, que você, tipo… mano, nem sei o que dizer. Se ela cagasse, você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá”, acrescentou Do Val em outra mensagem.

    No sábado (5), ao desembarcar no Brasil, ele reconheceu a veracidade dos áudios e pediu desculpas pelos conteúdos vazados.

    “Foi errado o que falei, não é isso que eu penso. O que falei foi um erro num momento de empolgação. Pelo amor de Deus, gente, a impressão que está passando é que cheguei lá e tinha um monte de gente e falei ‘quem quer vir comigo aqui que eu vou comprar alguma coisa?’. Não é isso, nem poderia. Inclusive nos áudios, de modo jocoso, informal, falo que não tive tempo de fazer absolutamente nada. Nem tempo para tomar banho, estou há três dias sem banho”, disse.