Arruda Botelho: Bolsonaro usa mesmo método do 7/9 em vacinação de adolescentes

No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (24), o advogado Augusto de Arruda Botelho analisou o recuo do Ministério da Saúde ao recomendar, novamente, a vacinação de adolescentes contra a Covid-19.

A orientação aconteceu após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluir que o caso da adolescente de 16 anos que morreu na Grande São Paulo não teve relação com a vacina que ela recebeu uma semana antes. A suspensão da campanha de jovens ocorreu na quarta-feira (15), quando uma nota técnica da Saúde foi divulgada.

Arruda Botelho classificou a primeira recomendação da pasta comandada por Marcelo Queiroga como uma “irresponsabilidade gigantesca”, que contrariou a imensa maioria da comunidade médica.

“Foi uma recomendação baseada numa mentira, não há outra palavra. Porque utilizou de forma completamente descontextualizada uma fala da OMS, que simplesmente afirmava que a vacinação em adolescentes só deve se iniciar quando terminada a de adultos”, disse o advogado.

“Com relação a essas idas e vindas do presidente, vamos pensar que isso pode estar virando um método. No dia 7 de setembro, Bolsonaro subiu o tom no discurso, e nos dias que o antecederam também. Mas, nos dias seguintes diminuiu esse tom. Porém, a mensagem fica”, avaliou Arruda Botelho.

“Com relação à vacina, me parece ter acontecido o mesmo método. Sobe o tom, deixa a mensagem para a sua base de apoio e, dias após, volta atrás. Isso pode ser um método, mas é um que deixa marcas e, nesse caso, deixou marcas que afetam a saúde pública. É muita irresponsabilidade”, concluiu o advogado.

O Liberdade de Opinião tem a participação de Fernando Molica e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN. Nesta quinta-feira, excepcionalmente, teve a participação de Augusto de Arruda Botelho.

As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.