Araújo precisa explicar ‘constrangimento internacional’, diz oposicionista à CNN
Ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, será ouvido na CPI da Pandemia nesta terça-feira (18)
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo será ouvido nesta terça-feira (18) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Suplente da CPI, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (17), que o ex-chanceler deve explicar as dificuldades que o Brasil enfrenta em adquirir vacinas contra a Covid-19.
O senador afirmou que o Brasil passa um “constrangimento internacional” com nações importantes para os tratos comerciais.
“Espero que ele [Ernesto Araújo] consiga explicar toda a dificuldade que o Brasil está tendo para ter vacinas, e que possa explicar também todo o constrangimento internacional que o Brasil tem causado a parceiros comerciais de grande importância, como a China e outros países que são responsáveis pela maior parte dos insumos que são consumidos no tratamento da Covid e de outras doenças”, disse Carvalho.
De acordo com o senador, a expectativa é que a CPI possa questionar o que Ernesto Araújo fez enquanto chanceler “para garantir a transferência de tecnologia, para garantir a produção de vacina no Brasil, e todas as ações que ele adotou para garantir que não tivessem 440 mil mortos pela Covid-19”.
“Tanto Ernesto Araújo quanto Bolsonaro não têm ajudado e têm agido de forma antagônica ao comportamento que a gente espera de chefe de estado e chanceler, que é criar as condições para que a gente possa se abastecer e garantir o atendimento adequado a toda a população”, afirmou Carvalho.
Estratégias
Na noite desta segunda-feira (17), senadores do chamado G7 – que formam a maioria na CPI – se reúnem para um jantar na casa do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). No encontro, eles devem discutir estratégias para conduzir o depoimento de Araújo, segundo informações da âncora da CNN Daniela Lima.
Parte do grupo considera que o ex-chanceler está “chateado” com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pois suas últimas publicações nas redes sociais trazem críticas a seu sucessor, Carlos França.
Por isso, senadores acreditam que devem “pegar leve” com as perguntas direcionadas a Araújo na CPI. Segundo eles, essa seria a melhor forma de descobrir, por exemplo, informações sobre como funcionaria um suposto grupo de aconselhamento paralelo a Bolsonaro, e se o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, participava com frequência de reuniões sobre compra de vacinas contra a Covid-19.