Após visita da CPI da Pandemia, MP-RJ e MPF prometem apurar denúncias
Comitiva de senadores visitou sedes do Ministério Público Estadual e Federal e da Fiocruz
Após receber uma comitiva de senadores da CPI da Pandemia nessa quinta (11), o comando tanto do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro quanto do Federal prometeram apurar as denúncias relatadas no relatório final elaborado pelo Senado Federal.
Enquanto o MPF disse que ‘os casos de competência investigativa’ ‘serão distribuídos de forma eletrônica e aleatória entre os procuradores’, o MP-RJ afirmou que ‘o relatório que será encaminhado para a Promotoria de Justiça Criminal com atribuição para a devida apuração das denúncias apontadas’.
A romaria dos políticos no Rio de Janeiro começou pela sede do Ministério Público Estadual, onde eles foram recebidos pelo Procurador Geral de Justiça, Luciano Mattos.
A CNN apurou que os senadores ficaram desconfortáveis de serem acolhidos em uma sala com Mattos, numa visita protocolar, onde nem sequer a entrega do documento pode ser registrada pelos jornalistas presentes. Clima muito diferente do MPF, onde foi fotografado o encontro com Artur Gueiros, Sérgio Pinel, Marcia Morgado e Eduardo El-Hage, chefes do MPF, do núcleo criminal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O objetivo dos senadores é garantir que as apurações sejam aprofundadas, já que – na avaliação deles, a CPI não dispunha de elementos suficientes para indiciar pessoas e empresas do estado suspeitas de irregularidades. “Era impossível nos aprofundarmos em investigações nos estados”, afirmou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). “Você pode fechar esse círculo e chegar além daquilo que nós tínhamos imaginado”, completou após deixar a sede do MPF.
Do Ministério Público Estadual, os senadores esperam que avance a investigação contra pessoas com foro privilegiado que teriam ajudado a propagar fake news e desincentivado a campanha de imunização. No Ministério Público Federal, eles acreditam que as descobertas da CPI podem ajudar em investigações contra empresas que atuaram nos hospitais federais do estado e na Superintendência do Ministério da Saúde.
Depois da visita aos órgãos de investigação, os senadores visitaram a sede da Fiocruz e encontraram a presidente da instituição, Nísia Trindade. Eles fizeram questionamentos sobre a disponibilidade de entrega de vacinas para o Ministério da Saúde. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AC), afirmou ainda que pretende apresentar um pedido para convocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no Senado, para que ele explique a decisão de não contratar vacinas do tipo coronavac do Instituto Butantan para o ano que vem. O Butantan, em São Paulo, foi visitado pelos senadores nessa quarta-feira (10/11). Na semana que vem, o plano é viajar ao estado do Amazonas.