Após prisão de Silvinei, Torres volta a dizer que nunca interferiu no planejamento da PRF
Ex-ministro da Justiça afirmou não acreditar que o ex-diretor-geral da corporação tenha desobedecido ordens para desobstruir estradas após a vitória de Lula em 2022
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres voltou a afirmar que nunca interferiu no planejamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A declaração foi dada nesta quinta-feira (10), durante depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O depoimento de Torres à CPI ocorre um dia depois que Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, foi preso pela Polícia Federal em uma investigação sobre suposta interferência da corporação no segundo turno das eleições do ano passado.
“Eu não tinha interferência no planejamento da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal (PF). Em momento algum nós interferimos nesse planejamento”, disse Torres.
Ao ser questionado pelo presidente da comissão, deputado Chico Vigilante (PT), sobre a possibilidade de Silvinei Vasques ter desobedecido suas ordens para desobstruir estradas após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, Torres negou.
“Eu acho que não. Eles trabalharam dia e noite, sem folga, para tentar desobstruir [as estradas]. Foram milhares de pontos de bloqueio. Os governadores não se envolveram muito em ajudar nesse momento. Foi uma coisa muito difícil.”
Silvinei foi preso pela PF na quarta-feira (9) no âmbito da Operação Constituição Cidadã. Ele é investigado por suposta interferência no segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, quando a PRF realizou mais de 500 operações no transporte de eleitores em diversas estradas do país.
Segundo fontes, a prisão de Silvinei causou preocupação em aliados de Torres, que negam a existência de uma combinação para prejudicar as eleições de 2022.
Para pessoas próximas do ex-ministro, “algo grave” deve ter sido descoberto pela investigação, o que justificaria a ordem de prisão preventiva contra Silvinei, quando não há prazo determinado para acabar.
Oficialmente, Torres afirma que, às vésperas do segundo turno das eleições, esteve na Bahia devido a obras na superintendência da PF.