Após ausência, comissão da Câmara quer convocar Paulo Pimenta sobre importação de arroz
Ministro da Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul era esperado para falar sobre o tema; nesta quarta-feira (3), governo desistiu do leilão
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados apresentou um pedido para convocar o ministro da Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, para falar sobre as ações do governo em apoio aos agricultores durante a reconstrução do estado gaúcho.
O requerimento, assinado pelo presidente da comissão, deputado Evair de Melo (PP-ES), também pede explicações sobre a proposta do governo de importar arroz.
Nesta quarta-feira (3), o governo suspendeu a realização de um leilão para a compra de arroz. De acordo com o deputado, a decisão não invalida o requerimento para convocar o ministro.
Pimenta não compareceu à audiência pública da comissão nesta quarta-feira. O colegiado havia feito inicialmente um acordo para convidar o ministro em vez de convocá-lo.
“É imprescindível destacar que o Excelentíssimo Ministro Paulo Pimenta foi cordialmente convidado a debater o assunto tratado nesta comissão em 03/07. No entanto, optou por não cumprir o compromisso assumido, informando apenas ontem, 02/07, às 22h30, em patente desprezo aos membros desta comissão”, disse o deputado no documento apresentado.
Durante a sessão, outros parlamentares também criticaram a ausência de Pimenta. Ainda não há data para a análise do pedido de convocação do ministro.
O ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago José dos Santos, também não compareceu ao colegiado na manhã desta quarta.
O requerimento para que o ex-diretor da Conab, envolvido no certame do arroz, fosse ouvido foi aprovado nesta terça-feira (2).
Leilão
As duas desistências ocorrem no mesmo dia em que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deu declarações de que o governo não irá mais realizar leilão para compra de arroz.
“Os preços cederam e devem ser monitorados. Se não voltar subir não se faz necessário novos leilões”, afirmou à CNN.
Segundo o ministro, outras medidas serão tomadas para estimular a produção do cereal no país. “Outra ação para o arroz que vamos fazer é estímulo à produção com lançamento de contratos de opção para várias regiões do país”.
A decisão do Executivo federal de importar o grão ocorreu após a crise provocada pelas fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul — principal estado produtor do alimento no país — no mês de maio.
A anulação do leilão que havia vendido 263,37 mil toneladas de arroz importado foi anunciada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) no último dia 11.
A resolução incluiu cancelar um novo leilão para 36 mil toneladas restantes do alimento que não tinham sido adquiridas no primeiro certame.
A suspeita de fraude que levou ao cancelamento envolveu a maior arrematante individual do certame realizado, a empresa Wisley A. de Souza, cuja sede é uma pequena loja de queijos em Macapá e que teve seu capital social recentemente alterado: passou de R$ 80 mil para R$ 5 milhões uma semana antes do leilão.