Após anulação, criminalista defende que Moro seja considerado parcial pelo STF
Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, entende que análise de processos não termina com anulação das condenações do ex-presidente Lula
Depois da anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro Edson Fachin, o próximo assunto do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Operação Lava Jato precisa ser a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, afirma o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro.
Um dos criminalistas mais influentes de Brasília, Kakay criticou Moro em entrevista à CNN, afirmando que “hoje ninguém duvida que Moro era parcial”. Para ele, o fato de as condenações de Lula terem sido anuladas não impede o julgamento da suspeição de Moro.
“O habeas corpus que trata da parcialidade, que está com o ministro Gilmar (Mendes), é uma outra questão, que deve ser levada a julgamento. O Sergio Moro estava trabalhando de forma indevida, sem ter competência para tal. Ele julgava que tinha uma jurisdição nacional, isso não existe”.
Ele conta o desfecho que imagina. “Acho que hoje ninguém duvida que Moro era parcial, vimos o conluio dele com os procuradores. Não há como dizer que ele não foi parcial. Os atos estão postos. A decisão trará outro tipo de efeito: declarará o juiz parcial, anulará o processo e no meu ponto de vista terá de se apurar a responsabilidade do juiz e dos procuradores que ele coordenava”.
Para o advogado, a decisão do ministro Edson Fachin foi acertada.
“O julgamento que se deu hoje tratou única e exclusivamente da competência, o que se decidiu agora é que ele era incompetente. Desde o início falamos que não tinha sentido julgar o sítio de Atibaia ou o triplex de Guarujá em Curitiba. Esse grupo tinha um interesse político e levava os casos para lá. O ministro Fachin se dava por vencido, agora ele seguiu a maioria do STF e fez o correto, determinou que o processo fosse para Brasília”.
Publicado por Guilherme Venaglia