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    Apesar de fala de Lula contra CPI, Soraya Thronicke diz à CNN que insistirá em investigação no Senado

    Comissão Parlamentar de Inquérito teria o objetivo de apurar os atos criminosos realizados em Brasília no dia 8 de janeiro

    A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS)
    A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) Edilson Rodrigues/Agência Senado - 22.jun.2022

    Luciana AmaralGabriel Hirabahasida CNN

    Em Brasília

    Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter se posicionado contra a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos criminosos de 8 de janeiro em Brasília, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) afirmou à CNN que pretende insistir em uma investigação no Senado sobre o caso.

    Soraya é autora de pedido de CPI para apurar quem são os políticos e os financiadores por trás dos atos de violência, além de apurar eventuais omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais no controle da segurança em 7 e 8 de janeiro.

    “Entendo o lado dele [de Lula] de tentar apaziguar e tentar administrar da forma mais pacífica possível esse momento, que é conturbado. […] Porém, não abrimos mão de fazer a nossa parte. Por que? Queremos estar totalmente por dentro desses acontecimentos e não vamos investigar essas pessoas que já estão presas, os autores diretos”, declarou.

    A seu ver, apesar das investigações já em curso por órgãos federais, uma CPI caminha de forma concomitante e o dever dos senadores de investigar não suprime o trabalho das demais autoridades.

    Em sua avaliação, apesar das falas de Lula, os petistas no Senado não devem desistir da CPI. Ala de opositores a Lula têm defendido que integrantes do atual governo também sejam ouvidos e investigados para apurar eventuais omissões da administração federal.

    Soraya defende uma CPI “séria, célere e imparcial”. “Não vou recuar em nenhuma hipótese. Porque ela tem objeto determinado e o número de assinaturas. Não há por que recuar. E é [sobre] um fato muito pesado, muito sério, gravíssimo.”

    Até o momento, segundo a assessoria de Soraya, o requerimento conta com o apoio de 33 senadores que estarão na Casa na próxima legislatura, a partir de 1º de fevereiro. O mínimo necessário é de 27 assinaturas. Ao todo, são 45 senadores em exercício que apoiam a abertura da comissão.

    Soraya disse à reportagem que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lhe assegurou que vai manter o compromisso de ler o requerimento da CPI em plenário, passo necessário para sua instalação, caso seja reeleito à presidência do Senado.

    A CNN apurou que Pacheco realmente reforçou esse posicionamento favorável a Soraya e a outros senadores envolvidos no assunto. Ele fez a ressalva de que isso só será feito se os requisitos mínimos forem atingidos, como fato determinado, número mínimo de assinaturas e orçamento disponível. Em princípio, o pedido de Soraya atende aos três pontos.

    A interlocutores, porém, Pacheco avalia que a abertura de uma CPI no início do governo Lula pode prejudicar o andamento da pauta econômica e outras prioridades da gestão petista.

    A reportagem apurou que Soraya pretende ser presidente da CPI, se for instalada. É usual no Senado que o autor do pedido coordene os trabalhos. A relatoria poderia ficar com Alessandro Vieira (PSDB-SE), Renan Calheiros (MDB-AL), Fabiano Contarato (PT-ES) e até Rodrigo Pacheco, se este não se reeleger à presidência do Senado, por exemplo.