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    Ao MPF, Exército diz que 7 de Setembro não deve ser visto como ato político

    Comando Militar do Leste também afirmou que qualquer questionamento deve ser feito ao Ministério da Defesa

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    Em resposta ao Ministério Público Federal (MPF), o Comando Militar do Leste (CML) afirmou que as comemorações oficiais do Bicentenário da Independência “não devem ser vistas como manifestações político-partidárias”. O ofício foi encaminhado à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão na tarde desta segunda-feira (5).

    O MPF questionou Exército, Marinha e Aeronáutica sobre quais medidas pretendem adotar ou já adotaram para que os atos oficiais do 7 de setembro não se confundam com manifestações político-partidárias. Também perguntou como os comandos pretendem prevenir que os subordinados se engajem nesses protestos.

    No ofício enviado à procuradoria, o Comando Militar do Leste declarou que as atividades oficiais, como apresentações musicais, exposições, seminários, desfiles e acesso a museus, traduzem o “amor pelo Brasil e contribuem para o fortalecimento de valores e para a manutenção da Unidade Nacional”.

    “Faz-se necessário destacar que o Exército Brasileiro, enquanto Instituição Nacional de caráter permanente, prima pela isenção político-partidária e seus integrantes trabalham, diuturnamente, balizados pela irrestrita observância aos preceitos estabelecidos pelo ordenamento jurídico vigente”, afirmou.

    Além disso, o CML respondeu que as atividades foram planejadas e coordenadas pelo Ministério da Defesa. Por isso, qualquer questionamento deveria ser encaminhado à pasta, pois ao comando caberia apenas o cumprimento. A CNN buscou o Ministério da Defesa para pedir um posicionamento.

    Diferente da resposta dada ao MPF, o analista de Política da CNN Kenzô Machida apurou que o comandante Militar do Leste, André Luís Novaes de Miranda, fez uma recomendação verbal às tropas para que não participem de manifestações convocadas para a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores ou façam comentários políticos nas redes sociais no 7 de setembro.

    Segundo a apuração, as tropas têm sido lembradas sobre o regulamento disciplinar do Exército, que proíbe “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.

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