ANS determina instauração de direção técnica na Prevent Senior
Decisão segue para publicação no Diário Oficial da União
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, nesta quarta-feira (13), a instauração do regime especial de Direção Técnica na operadora de saúde Prevent Senior.
De acordo com a agência, o “regime Especial de Direção Técnica consiste no acompanhamento in loco realizado por agente nomeado pela ANS para verificar as causas de anormalidades que coloquem em risco a continuidade e a qualidade da assistência prestada aos beneficiários”.
A decisão segue para publicação no Diário Oficial da União.
A ANS autuou, pela segunda vez, a Prevent Senior na última quarta-feira (6), conforme informou a analista de política e economia da CNN Raquel Landim. O órgão encontrou indícios de que a Prevent coagiu médicos a prescreverem o “kit Covid”.
A partir da data da notificação, a operadora tem 14 dias para apresentar a sua defesa.
“É importante esclarecer que não se trata de uma intervenção, pois a ANS não interfere na gestão da operadora, mas de um acompanhamento com análises permanentes de informações e definição de metas a serem cumpridas pela operadora”, afirmou a ANS.
Em nota enviada à CNN, a Prevent Senior afirmou que vê como positiva a decisão da ANS.
“As análises técnicas e a inspeção da agência restabelecerão a verdade dos fatos. A Prevent vai colaborar com total transparência com o regime de direção técnica e com os demais órgãos fiscalizadores”, disse a operadora.
Denúncias feitas pela CPI
A ANS afirma que atua de forma permanente na apuração de demandas recebidas em seus canais de atendimento ou encaminhadas por outros órgãos ou agentes ou que cheguem ao seu conhecimento por outros meios, como por exemplo, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou pela imprensa.
“O diretor da ANS informou em seu depoimento à CPI da Covid que a Agência não tinha conhecimento a respeito das denúncias que a própria CPI recebeu e revelou sobre a realização de estudo sem as devidas autorizações; o uso de pacientes como cobaias; a falta de comunicação aos pacientes sobre o uso dos medicamentos; a determinação para que médicos trabalhassem mesmo se estivessem infectados com o novo coronavírus; alteração de CID em prontuários e em atestados de óbito; e interrupção de tratamentos para encaminhamento de pacientes a cuidados paliativos”, disse a ANS.
A ANS destacou que as denúncias não foram feitas à eles e são questões que não apareceram nos monitoramentos realizados. E acrescenta que a ANS regula as operadoras de planos de saúde e não atua dentro de hospitais.