Análise: Dividido entre bolsonarismo e governo, Rueda toma posse no União Brasil
Novo presidente, que conta com ministros de Lula e oposicionistas na mesma sigla, tem planos de comandar Câmara e Senado


O advogado Antonio Rueda disse a jornalistas, após tomar posse na terça-feira (11) como presidente nacional do União Brasil, que o partido nunca esteve “tão unido” e não vai “medir esforços” para eleger os presidentes das duas Casas – o deputado Elmar Nascimento (BA) na Câmara e Davi Alcolumbre (AP) no Senado.
Dois anos após a fusão com o PSL, o União Brasil superou as divergências internas e pacificou uma relação que era turbulenta entre os políticos do antigo DEM e os que vieram do partido de Luciano Bivar após o rompimento dele com o bolsonarismo.
Com Bivar fora após perder uma disputa interna com Rueda, o União dividiu seus espaços para governar.
Para comandar as duas casas em 2025, dirigentes da legenda ouvidos pela CNN fazem as contas: dos 58 deputados federais, cerca de 45 votam de forma “estável” com o governo, que entregou ao União Brasil as pastas do Turismo (Celso Sabino) e Comunicações (Juscelino Filho).
Ambos estavam no jantar de ontem de celebração da posse de Rueda, que também contou com a presença de bolsonaristas como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Ao ser perguntado sobre a relação do União Brasil com o governo Lula, Flávio Bolsonaro respondeu que a presença dos ministros “só mostra que o União tem excelentes quadros”. “Tão bons que tenho até respeito e admiração pelo ministro Celso Sabino”, disse.
“Nós tivemos problemas com o Bivar, o Jair Bolsonaro saiu brigado com ele, mas o Rueda sempre foi um homem das articulações de bastidores. Temos uma ótima relação”, complementou o senador do PL.
Já o deputado Mendonça Filho (PE), que deixou a direção do União em Recife após o partido fechar com a candidatura do prefeito João Campos (PSB), disse acreditar que “a eleição do Alcolumbre está garantida e a do Elmar está bem encaminhada”.
“O União tem uma ala oposicionista, da qual faço parte, e mantém uma distância ideológica do lulopetismo, mas entrega ao governo mais votos que partidos médios”, analisou Mendonça.