Com poucas assinaturas, Aliança pelo Brasil não se viabiliza para eleições 2020
A tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de criar o Aliança pelo Brasil, a tempo de lançar candidatos pela legenda para a disputa das eleições municipais de 2020, não deve se concretizar.
Para se tornar viável eleitoralmente, o partido precisaria alcançar a marca de 492 mil assinaturas em pelo menos 9 estados, validadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o próximo sábado, dia 4 de abril.
O número equivale a 0,5% dos votos válidos da última eleição (2018) para a Câmara dos Deputados. Além disso, é preciso ter nos estados as assinaturas de pelo menos 0,1% dos eleitores que compareceram às urnas.
No entanto, entre as assinaturas coletadas pelo Aliança, apenas 10.096 foram reconhecidas pela Justiça Eleitoral a menos de uma semana do prazo final, pouco mais de 2% do exigido.
No site do TSE, os “apoiamentos aptos” mostram que, em 14 dos 26 estados do país, além do Distrito Federal, o partido não conseguiu aprovar sequer uma única assinatura.
No DF, foi onde obteve a maior conquista, com 2.225 assinaturas. Tirando os estados sem nenhuma adesão, a Paraíba registrou a menor marca, com apenas 53 apoiadores.
No dia 13 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro agradeceu aos que vinham assinando a ficha de apoio à criação do Aliança pelo Brasil.
Durante uma transmissão ao vivo no Facebook, ele chegou a apelar para que as pessoas procurassem cartórios eleitorais, levando título de eleitor e carteira de identidade.
“Bota só a caixa postal. Você entra aí no aliancapelobrasil.com.br, pega ali o CEP e manda pra gente”, incentivou.
No começo de março, o registro do partido encontrou outro obstáculo, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu manter as regras que impedem que pessoas já filiadas a uma legenda possam se filiar a outra em fase de construção.
O PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu presidente, vive uma crise desde o ano passado. Em outubro de 2019, o presidente disse que o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), estava “queimado pra caramba”, após divergências que envolveram disputas por verbas dos fundos partidário e eleitoral. A declaração dividiu a bancada entre “bolsonaristas” e “bivaristas”.