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    Aliados de Lula esperam conclusão de investigação da PF contra Bolsonaro em três meses

    À CNN, interlocutores avaliaram que provas obtidas até o momento contra o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, são robustas

    Tainá Falcãoda CNN , em Brasília

    Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouvidos pela CNN acompanham de perto os desdobramentos da operação que apura suposta fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Esses interlocutores do Palácio do Planalto esperam que em até três meses a investigação da Polícia Federal (PF) seja concluída.

    À reportagem, eles avaliaram que as provas obtidas até o momento contra o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, são robustas.

    Na quarta-feira (3), agentes da PF prenderam Cid e apreenderam o celular de Bolsonaro, além de documentos e pen drives em endereços de Brasília e do Rio de Janeiro.

    A PF investiga a ação de uma associação criminosa que teria feito registros falsos de doses contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para diversas pessoas, incluindo o ex-presidente e Cid.

    Conforme pontuado pela corporação, o tenente-coronel teria iniciado o esquema para forjar um certificado físico de vacinação contra a doença causada pelo coronavírus para sua esposa.

    Bolsonaro deve ser ouvido pela Polícia Federal na próxima semana, ainda durante o processo inicial de análise do material. Ao ter o celular retido, o ex-chefe do Executivo disse aos agentes que o aparelho não estava protegido por senha e que não havia nada a esconder dos investigadores.

    Fontes da PF ouvidas pela reportagem interpretaram a fala como indicativo de que não haveria informações relevantes ao ponto de ajudar a avançar nas investigações.

    O ex-secretário de Comunicação e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse à CNN que o ex-presidente “jamais ficará em silêncio” e responderá aos questionamentos dos investigadores.

    Apesar de o presidente Lula estar evitando declarações públicas sobre o assunto, ministros já se manifestaram. Um deles foi o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

    “Crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. Essas são as ações que a Polícia Federal investiga do ex-presidente”, declarou Padilha pelas redes sociais.

    Outros investigados

    Fontes da PF informam que, também na próxima semana, investigadores pretendem avançar nas oitivas de todos os servidores de saúde. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu prazo de cinco dias para os investigadores ouvirem profissionais que atuavam no Ministério da Saúde.

    A polícia ainda deve remarcar o depoimento de Mauro Cid. Nesta quinta-feira (3), o tenente-coronel optou pelo silêncio ao ser chamado para depor.

    O que dizem as defesas

    Jair Bolsonaro:

    “A Defesa do Ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro, reitera que este, em linha com a posição que sempre manteve, nunca recebeu qualquer imunizante contra Covid-19.

    Na constância de seu mandato somente ingressou em países estrangeiros que aceitassem tal condição ou se dessem por satisfeitos com a realização de teste
    viral, procedimento adotado em diversas ocasiões.

    A ex-primeira-dama, Dona Michelle, conforme amplamente divulgado, foi vacinada, com imunizante de dose única, no ano de 2021.

    A filha menor do casal, por sua vez, foi proibida de receber qualquer imunizante em razão de comorbidades preexistentes, situação sempre e devidamente atestada
    por médicos.

    A contrario sensu do quanto amplamente noticiado na data de hoje, não haveria qualquer motivo para que o Ex-Presidente promovesse ou determinasse a confecção de certificados falsos.”

    Mauro Cid:

    “Ainda não tivemos acesso ao inquérito, que é físico e sigiloso. Vamos declarar assim que obtivermos a cópia dos autos.”

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