Aliados de Lula contam votos e esperam mais anúncios de ministros para destravar PEC
Arthur Lira afirmou a interlocutores que não há votos suficientes para aprovar texto até esta quarta (14)
Aliados do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contabilizam votos, nesta terça-feira (13), para avaliar se será possível aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estouro na Câmara dos Deputados nesta semana.
Os próprios aliados do petista ainda não têm certeza se têm os 308 votos necessários para passar o texto no plenário da Casa, em dois turnos. Além da quantidade necessária de votos, é sempre preciso contar ainda com uma margem de segurança, avaliam os deputados federais.
A interlocutores e a Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que não há votos suficientes até o momento para aprovar a PEC nesta quarta (14). Dentro do PT, fala-se em “sinais dúbios” de Lira.
Diante da situação, os líderes partidários que simpatizam com a PEC ficaram de fazer o balanço interno nas respectivas bancadas e, então, retornar aos coordenadores do PT com os números.
Deputados ligados a Lula avaliam poder contar com o apoio da atual oposição e parte dos seguintes partidos: PP, PL, MDB, PSD, União Brasil, Cidadania, Pros e Avante.
A reportagem apurou que Lira confirmou a deputados, em reunião, que o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), será o relator da PEC no plenário da Câmara.
Além disso, há uma expectativa, inclusive no PT, de que Lula defina e anuncie mais nomes de futuros ministros para destravar a PEC em algumas bancadas, como PSD, MDB e União Brasil.
Há quem acredite que esses partidos possam votar mais facilmente em prol da PEC se forem contemplados com o comando de pastas.
Um deputado federal do PT, sob reserva, avaliou à reportagem ser possível que Lula faça os anúncios até o início da tarde desta quarta para “acalmar os ânimos”.
Na atual base do presidente Jair Bolsonaro (PL), parte dos deputados ainda reclama de valores e prazo para o Auxílio Brasil turbinado, que deve voltar a se chamar Bolsa Família, previstos na PEC.
O prazo de dois anos e os valores de, ao menos, R$ 168 bilhões a serem abertos no orçamento de 2023 são tidos como inegociáveis pelos aliados de Lula.
No entanto, outros pontos podem ser negociados, afirmam, embora o ideal para eles é que o texto a ser aprovado na Câmara seja exatamente igual ao do Senado para que não tenha que voltar à análise dos senadores.
De toda forma, já trabalham com a perspectiva de acabar as votações da PEC do Estouro e do orçamento de 2023, que depende da proposta, só na semana que vem.