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    Aliados de Leite questionam escolha de Pimenta como autoridade federal no RS

    Ex-chefe da Secom tomou posse hoje como ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio ao estado

    Jussara SoaresTainá Falcãoda CNN

    Brasília

    Aliados do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), questionaram a nomeação do ministro Paulo Pimenta para comandar a Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio ao estado.

    Há um receio que o ex-chefe da Secretaria Especial da Comunicação use o posto para tirar vantagens política já pensado na disputa eleitoral de 2026.

    Presidente do PSDB, o ex-governador Marconi Perillo disse à CNN que a criação de um autoridade federal para tratar da catástrofe no Rio Grande do Sul causou “estranheza” sem que o tema tivesse sido discutido antes com o governador.

    “Nos causou muita estranheza, o fato de se criar uma autoridade federal para tratar desse assunto sem que tivesse sido falado com governador pelo presidente ou pelo próprio ministro. Aliás, o ministro indicado só conversou com o governador ontem (terça-feira) à noite. A pergunta que se faz é: ‘será que se fosse na Bahia, um aliado do presidente ou Ceará ou Piauí, ele fariam a mesma coisa?'”, questionou.

    Perillo ressaltou que toda a ajuda é importante, desde que não reduza o papel do governador eleito. O tucano ainda questionou se essa medida foi tomada porque Leite é de um partido de oposição.

    “Toda ajuda é importante. Mas não se pode, jamais, subverter a ordem, em qualquer hipótese, reduzir o tamanho e a importância de um governador legitimamente eleito, que é a autoridade maior do estado e que está de corpo e alma na busca por soluções e acolhimento das vítimas do RS. É muito estranho o fato deles não terem conversa. Fica a dúvida: será que estão fazendo isso porque o Eduardo Leite é de oposição e um nome cogitado para a presidência?”, disse.

    Integrante da bancada gaúcha na Câmara de Deputados, Daniel Trzeciak (PSDB-RS), cita que Pimenta pode ter um papel importante de colaborador desde que não atue como um interventor no estado.

    “Se o ministro Pimenta for para ser um colaborador, um auxiliar do governo do estado, uma referência do governo federal. Eu acho bem. É o governo do estado que deve coordenar os trabalhos, elencar as prioridades, dar as diretrizes. O Pimenta não pode ser um interventor. Tem que ser um braço do governo federal”, disse à CNN.

    Integrante da executiva tucana e um dos mais influentes quadros da sigla, o deputado federal Aécio Neves (MG) disse ao analista da CNN Pedro Venceslau que a escolha do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, para ocupar o cargo “começa com uma indelicadeza e termina com uma imprudência”.

    “Começa com uma indelicadeza porque o governador sequer foi consultado ou comunicado pessoalmente. E termina com uma imprudência porque o escolhido foi alguém com um projeto político”, disse o parlamentar.

    Ainda segundo Aécio, a decisão de criar uma ministério extraordinário é uma “violência contra a federação”, já que cria, segundo ele, um “governo paralelo”.

    Questionado sobre a criação de um ministério extraordinário para o Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) evitou qualquer polêmica.

    “Todo apoio que houver, não há da nossa parte qualquer tipo de diferença política em um momento de dor e crise e como esse”, afirmou nesta quarta-feira (15).

    Busca por “sintonia”

    Ao tomar posse como ministro da Secretaria Extraordiária de Apoio ao Rio Grande do Sul em evento com o presidente Lula, Pimenta disse que quer trabalhar em sintonia com o governo do Estado. Eduardo Leite estava presente na cerimônia.

    “O trabalho que nós temos pela frente é um desafio enorme para cada um, cada uma de nós. Desde o primeiro momento temos trabalhado, quero aqui publicamente dizer isso, em absoluta sintonia e parceria com o governo do estado”, disse o ministro.