Aliados admitem que semana deve ser de constrangimentos na CPI da Pandemia

Senadores do G7 se reúnem na noite desta segunda-feira (17) para discutir estratégias para os depoimentos dos ex-ministros Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello

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A terceira semana de depoimentos na CPI da Pandemia, no Senado, deve ser decisiva para os rumos da comissão, pois as oitivas do ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello podem gerar desgastes para o governo federal. As informações da âncora da CNN Daniela Lima.

Na noite desta segunda-feira (17), senadores do chamado G7 - que formam a maioria na CPI - se reúnem para um jantar na casa do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). No encontro, eles devem discutir estratégias para conduzir o depoimento de Araújo e Pazuello.

Parte do grupo considera que o ex-chanceler está "chateado" com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pois suas últimas publicações nas redes sociais trazem críticas a seu sucessor, Carlos França.

Por isso, senadores acreditam que devem "pegar leve" com as perguntas direcionadas a Araújo na CPI. Segundo eles, essa seria a melhor forma de descobrir, por exemplo, informações sobre como funcionaria um suposto grupo de aconselhamento paralelo a Bolsonaro, e se o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, participava com frequência de reuniões sobre compra de vacinas contra a Covid-19.

Com Pazuello, a estratégia é outra: está ocorrendo uma costura detalhada de documentos oficiais para rebater o argumento do ex-ministro da Saúde de que não comprou imunizantes por falta de segurança jurídica - algo que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes já negou.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo será ouvido na CPI nesta terça-feira (18)
Foto: Luis Echeverria/Reuters (19.fev.2020)
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