Alessandro Vieira: Dados concretos das Relações Exteriores apontam ineficiência
Em entrevista à CNN, senador também diz ser favorável à convocação de Carlos Bolsonaro para depor na CPI a respeito de um ‘ministério da Saúde paralelo’
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (18), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que é membro suplente da CPI da Pandemia, afirmou que os dados concretos da gestão de Ernesto Araújo na pasta das Relações Exteriores apontam para uma “ineficiência” e caberá à comissão entender como se deu a tomada de decisão em relação aos acordos internacionais relacionados ao combate à Covid-19.
O ex-ministro presta depoimento na CPI da Pandemia nesta terça-feira (18).
“Os dados concretos que temos até o atual momento apontam ineficiência. O Brasil teve, ao menos, duas oportunidades concretas e materiais de disponibilizar mais vacinas para o cidadão brasileiro e optou pelo caminho que reduzisse essa quantidade. Fez isso quando retardou a contratação da Pfizer como fornecedora e quando fez a adesão ao Covax Facility no percentual mais baixo possível”, disse Alessandro.
De acordo com o senador, há perguntas que norteiam e precisam ser compreendidas a partir de agora: Como o Brasil atuou na esfera internacional? Por que cada decisão foi tomada? Qual é a cadeia de comando e quais foram os critérios? Em suma, ele diz que o Brasil precisa entender como se deu o relacionamento do ex-ministro Ernesto Araújo com o governo.
Uma das indagações será sobre a viagem da comitiva brasileira para Israel a fim de negociar a compra de um spray nasal.
“Estamos recebendo documentos do ministério das Relações Exteriores que informam como aconteceram as negociações com entidades internacionais ou com demais países, e aí sim nós teremos questões relativas à Israel”.
Ele complementou dizendo que esta poderia ter sido uma nação que daria o exemplo da vacinação em massa e das medidas de restrição de circulação, mas, segundo ele, “serviu apenas como palco para uma visita buscando mais uma panaceia, mais um remédio sem nenhum tipo de eficácia comprovada.”
Convocação de Carlos Bolsonaro
Há uma falta de alinhamento dentro da própria CPI sobre ser a favor ou contra a convocação do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente.
A respeito desta disputa, Alessandro diz ser a favor que todos os citados, participantes de um suposto grupo de aconselhamento ao governo sobre a pandemia de Covid-19, sejam ouvidos.
“Quando você tem a identificação muito clara de que existia uma estrutura, uma espécie de ministério da Saúde paralelo e esse ministério foi responsável por orientações que levaram o Brasil a um desastre, sob o ponto de vista da saúde, a gente tem que identificar participantes, como se deram essas participações e qual era o tamanho da influência que eles tinham. Carlos Bolsonaro foi referido neste contexto, assim como Carlos Wizard, Felipe Martins, várias figuras. Todos têm que ser chamados.”
