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    Alckmin e Gleisi indicam aliado para controle de caixa de Itaipu

    Dupla acabou ampliando o embate pelo controle da área energética com o PSD, partido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

    Usina Hidrelétrica de Itaipu
    Usina Hidrelétrica de Itaipu André Dusek/Estadão Conteúdo - 21.mai.2007

    Caio Junqueira

    O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, operaram para conseguir nomear o filho de um ex-ministro do governo Fernando Collor para comandar o cofre de Itaipu, a maior hidrelétrica brasileira.

    No processo, acabaram ampliando o embate pelo controle da área energética com o PSD, partido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

    O indicado é Pedro Guerra, filho do ex-ministro da Saúde Alceni Guerra, que foi deputado federal por três mandatos e secretário de estado no Paraná. Ele foi indicado para a diretoria financeira de Itaipu, responsável por uma gestão em torno de US$ 3 bilhões.

    Alceni é amigo de Alckmin. Foram vizinhos em Brasília quando foram deputados federais e atuaram juntos na bancada da saúde, inclusive redigindo juntos a lei que criou o Sistema Único de Saúde. Os filhos se conhecem.

    Pedro é considerado de extrema confiança de Alckmin e o auxiliou na transição de governo. É administrador de empresas. E já atuou em cargos executivos no Complexo Eólico Copel Brisa Potiguar S.A.

    Alceni e Pedro são filiados ao PSD, mas na eleição de 2022 fizeram campanha para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariando o comando do partido do estado, que apoiou Jair Bolsonaro (PL).

    Nesse processo, pai e filho se aproximaram de Gleisi, que também é do Paraná e nos últimos dias bancou a nomeação de Pedro para o cargo. Ela já havia emplacado um aliado, o deputado federal Enio Verri (PT-PR) para o cargo de presidente de Itaipu.

    A leitura de Gleisi, segundo aliados, é que por Pedro ser do PSD, o partido seria contemplado no governo. Mas os sete deputados federais da legenda no Paraná — a maior bancada do partido na Câmara— afirmam nos bastidores que não reconhecem a indicação como sendo do PSD, mas sim do PT.

    Como o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, delegou as indicações para as lideranças partidárias, criou-se mais um impasse entre o governo e o partido na disputa por áreas estratégicas do setor de energia do país.

    Com o impasse, há possibilidade, inclusive, de que os Guerra deixem o PSD e migrem para o PSB, deixando o partido de fora de qualquer posto de destaque em Itaipu.

    Para piorar, nenhuma das outras quatro diretorias de Itaipu foram abertas para o PSD. Na lista do PT, cujo martelo seria batido na tarde desta quarta-feira (15) no Palácio do Planalto, estavam ainda um ex-chefe de gabinete de Gleisi, Carlos Carboni, para a diretoria de coordenação; um aliado de Roberto Requião, Luiz Fernando Delazari, para a diretoria jurídica; um técnico muito próximo a ex-presidente Dilma Rousseff, Valter Cardeal, para a diretoria técnica (Renato Sacramento que atuou na Eletrobrás também é cotado); e um indicado do PV para a diretoria administrativa.

    A posse de Enio Verri e de pelo menos parte da diretoria está prevista para esta quinta-feira (16) em Foz do Iguaçu (PR). Há expectativa de que Lula participe.

    A CNN procurou Alckmin, Gleisi, Kassab e Silveira, mas eles não se manifestaram. Pedro e Alceni não quiseram comentar.