Alckmin deixa coordenação da campanha de Covas à prefeitura de São Paulo

Ex-governador do estado anunciou decisão depois de ser denunciado pelo Ministério Público por falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (23) seu afastamento da coordenação da campanha de reeleição de Bruno Covas (PSDB) à prefeitura de São Paulo. A decisão foi tomada depois de ser denunciado pelo Ministério Público por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro também nesta quinta. 

Segundo a denúncia, o tucano teria recebido R$ 2 milhões em espécie da construtora Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010, e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014.

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Em entrevista coletiva, Covas disse que recebeu uma ligação de Alckmin nesta manhã em que foi indagado se ele se importaria se o ex-governador deixasse a campanha para concentrar-se em sua própria defesa. O prefeito concordou com o pedido e aceitou a decisão. 

"Acredito na inocência do ex-governador Geraldo Alckmin, que depois de 42 anos de vida pública, sai com um patrimônio menor do que tinha quando começou suas atividades", afirmou Covas. "Desejamos todo apoio a ele nesse momento. Tenho certeza que ele vai comprovar a inocência dele, agora que já foi denunciado e parte para uma fase muito mais técnica do processo", disse.

A coletiva foi realizada durante uma visita do prefeito a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) que está em obras no bairro da Aclimação, região central de São Paulo. No evento, foi anunciado que o local será gerido pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), organização social que administra alguns hospitais de campanha no país, para atender pacientes com Covid-19. 

O grupo é alvo de uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro realizada nesta quinta no RJ e em SP, que investiga desvios de recursos públicos na área da saúde. 

Defesa

Em nota, a defesa de Alckmin lamentou a denúncia e disse nunca ter sido procurada pelas autoridades. "As apressadas conclusões do inquérito são infundadas e não encontram suporte nos fatos", disseram os advogados de Alckmin. Já a Odebrecht afirmou que a denúncia trata de fatos passados, e o diretório estadual do PSDB ressaltou que confia na idoneidade do ex-governador.

Na semana passada, Alckmin foi oficializado como coordenador do programa de governo de Covas na candidatura à reeleição da prefeitura da capital. Para a função, o ex-governador utilizaria um aplicativo de conversas virtuais para comandar os grupos que atuarão na campanha, como saúde, educação e transportes. Alckmin foi escolhido para o posto após Ricardo Trípoli recusar o convite, para ser vereador da capital paulista.

(Com informações de Carolina Abelin, da CNN, em São Paulo)

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