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    Aceno político ao STF não foi traição a Bolsonaro, diz Carla Zambelli

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (23), a deputada federal comentou o aceno feito ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes

    Gabriel FernedaLeandro Magalhãesda CNN

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (23), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) admitiu que fez um aceno político ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas que esse gesto não pode ser equiparado a uma traição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    A deputada havia concedido anteriormente uma entrevista, que foi publicada nesta quinta-feira (23), pelo jornal Folha de S.Paulo, onde disse que “não é hora de bater no STF”, e que o foco da oposição deve ser o Governo Lula.

    “Eu não estou criticando o Bolsonaro. Eu realmente fiz um aceno político ao STF, mas isso não significa que eu fiz um acordo com o Moraes, e também não foi traição”.

    Sobre o aceno feito ao STF, a deputada avaliou que mudou seu discurso em relação ao Supremo devido a mudança de realidade do Brasil.

    “O meu discurso mudou, porque mudou a realidade do Brasil. Eu acho que Alexandre de Moraes fez sim prisões arbitrárias, teve decisões complicadas. Mas antes eu defendia seu impeachment, mas não é o caso agora”.

    “A gente tinha a expectativa de eleger um Senado capaz de, em uma sabatina, poder travar alguém que fosse indicado e não tivesse a compostura ou perfil técnico de um ministro do STF. Mas depois da eleição do Rodrigo Pacheco, a gente sabe que não temos maioria no Senado. Então minha esperança de fazer o impeachment de um ministro do STF, ela vem por terra”.

    “Além disso, se a gente tira Alexandre de Moraes hoje, quem é que recoloca um novo ministro no local? É o presidente Lula. Eu não tenho nenhum apreço em saber que eu vou tirar Alexandre de Moraes e colocar outra pessoa indicada por Lula. Acho que talvez substituir uma pessoa que já sabe o que a gente pode esperar, do que uma pessoa que vai entrar sem nenhum pudor e com muito mais tempo de Supremo pela frente”.

    Ao ser questionada sobre a situação jurídica do ex-presidente, a deputada avaliou que há uma possibilidade de Bolsonaro ser preso, mas que ele não tem “nenhuma responsabilidade nos atos de 8 de janeiro.

    “[Na entrevista na Folha] Me perguntam: ‘Você não acha que existe risco dele ser preso?’. E eu falo que acho, e por isso a gente tem que ser compreensível com o fato de ele não estar no Brasil”.

    “[Bolsonaro] não tem nenhuma responsabilidade dos atos de 8 de janeiro, porque as pessoas que fizeram vandalismo não são pessoas da direita. Inclusive a gente quer a CPMI do dia 8 de janeiro”, avaliou Zambelli.

    Por fim, a deputada disse sentir saudade dos “direcionamentos de Bolsonaro”, e exaltou o ex-presidente como o “melhor presidente que o país já teve”.

    “É fato que ele [Bolsonaro] está fora do Brasil. É fato que hoje ele não está nos dando direcionamento, e eu sinto falta desse direcionamento. Eu continuo dizendo, ele foi o melhor presidente que esse país já teve, só que infelizmente a comunicação não era das melhores.”

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