“Abin paralela” monitorou familiares de Jean Wyllys, diz PF
Relatório da Polícia Federal veio a público após nova fase da operação que investiga esquema de espionagem ilegal ser deflagrada
As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ficou conhecido como “Abin paralela”, mostram que, dentre os diversos alvos do grupo investigado, os familiares do ex-deputado federal Jean Wyllys chegaram a ser monitorados.
Segundo relatório da PF tornado público nesta quinta-feira (11), não apenas Wyllys foi vigiado pelo software First Mile como também seus parentes.
“Os investigados empregaram todos os esforços inclusive com a realização de ações clandestinas em relação aos parentes do monitorado [Jean Wyllys]”, diz trecho do documento.
Em mais de um print apresentado na representação policial, os membros da organização investigada conversam sobre como identificar o celular utilizado pelo ex-deputado.
“Fala, amigão. Eles são muito ariscos. Trocam o chip a todo instante. Mas consegui um número que o Jean usou para baixar o Telegram”, escreve um dos interlocutores em uma das conversas de WhatsApp obtidas pela PF.
Em outro trecho, os usuários conversam sobre uma suspeita de que Wyllys estivesse nos Estados Unidos, utilizando um número de telefone que teria a foto de sua irmã no WhatsApp.
De acordo com as autoridades policiais, as ações se deram no período em que o ex-deputado do PSOL renunciou ao seu mandato na Câmara dos Deputados e passou a ministrar aulas sobre fake news em Harvard, nos EUA.
Na manhã desta quinta-feira (11), a PF deflagrou uma nova fase da operação que investiga o monitoramento de autoridades de forma ilegal e a produção de notícias falsas através de sistemas da Abin contra adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agentes cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão.