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    “A gente nunca está seguro”, diz Lula sobre atual cúpula da Abin

    Presidente tem sido pressionado para trocar comando da Agência Brasileira de Inteligência

    Lucas SchroederLeonardo Ribbeiroda CNN

    São Paulo e Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (30), que “a gente nunca está seguro”, ao responder sobre a situação da atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A declaração foi dada durante entrevista à rádio CBN Recife.

    “O senhor tem segurança da Abin de hoje?”, questionou o jornalista. Lula respondeu: “a gente nunca está seguro”.

    Segundo o presidente, o atual diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa, foi escolhido por ter sido diretor da Polícia Federal entre 2007 e 2010.

    “É uma pessoa que eu tenho muita confiança e por isso que o chamei, já que eu não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele.”

    Sem citar nomes, ainda de acordo com Lula, “não há clima” para permanência de um dos integrantes dessa equipe. Segundo apurou a CNN, nos corredores do Palácio do Planalto, é esperada a qualquer momento a demissão do número 2 da agência, Alessandro Moretti.

    “Dentro da equipe dele tinha um cidadão que mantinha relação com o [deputado] Ramagem, inclusive que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Ora, se isso for verdade, não há clima para esse cidadão continuar na polícia. Mas antes de você fazer a condenação a priori, é importante que a gente investigue corretamente, que a gente apure, que a gente garanta o direito de defesa”, completou.

    Ramagem foi alvo de mandados de busca e apreensão na quinta-feira (25), em investigação da Polícia Federal que apura suposto uso político da Abin.

    Na segunda-feira (29), a PF realizou uma cumpriu nove mandados de busca e apreensão em nova etapa da Operação Vigilância Aproximada, que apura o monitoramento ilegal de autoridades durante a gestão do ex-diretor-geral Alexandre Ramagem, que chefiou o órgão no governo Bolsonaro.

    Entre os alvos estava o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente. Agentes da PF estiveram no gabinete do vereador na Câmara Municipal do Rio, em sua residência na Barra da Tijuca e na casa da família em Angra dos Reis, litoral fluminense, onde Carlos estava com o pai. No local, os policiais apreenderam dois celulares e um computador.

    A PF investiga se Carlos recebeu informações que teriam sido apuradas pelo esquema clandestino de escuta sobre investigações que miravam sua família.

    Segundo a defesa do vereador, os agentes apreenderam também um tablet de um assessor de Jair Bolsonaro, que não estava incluído no mandado de busca e apreensão.