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    À CNN, Marina Silva diz que vê “situação delicada no Congresso” e luta do governo para manter programa

    Ministra do Meio Ambiente participou de reunião com presidente Luiz Inácio Lula da Silva após derrotas no Parlamento

    Iuri PittaTiago Tortellada CNN , em São Paulo

    A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou nesta sexta-feira (26) de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após derrotas no Congresso. Em entrevista exclusiva à CNN, ela admitiu que a situação no Parlamento é “delicada”, mas que o governo luta para manter seu projeto político.

    “Infelizmente, temos uma situação delicada no Congresso Nacional, em que há uma maioria de parlamentares que gostariam de reeditar a estrutura e políticas do governo anterior, e o governo está lutando muito fortemente para manter o seu programa, aquilo que foi a decisão soberana da sociedade”, ponderou.

    Nos últimos dias, houve uma ofensiva do Legislativo contra a agenda de proteção ambiental e de povos tradicionais. Foram retiradas atribuições dos ministérios comandados por Marina e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, e aprovada uma medida provisória que afrouxa regras de proteção da Mata Atlântica.

    Além disso, parlamentares deram aval para que tramite em regime de urgência um projeto que pode dificultar a demarcação de terras indígenas.

    À CNN, Marina Silva defendeu o direito do governo de implementar o projeto político que foi eleito, destacando que a administração federal se esforça para manter a medida provisória que restabeleceu, por exemplo, as competências do Ministério do Meio Ambiente.

    Assim, a ministra observou que está preparada para o diálogo e que “a política ambiental, a proteção dos povos indígenas, é uma questão estratégica para o governo, está no coração do governo”.

    Sobre possíveis mudanças com relação à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), ela afirmou que a gestão de recursos hídricos, neste caso, não está relacionada às obras, mas com a “gestão do uso múltiplo do recurso”, para que a água seja “abundante para todos”.

    Em outro momento durante a entrevista, Marina também comentou que o Brasil pode ser tanto uma potência ambiental quanto agrícola, citando o uso de produtos com baixa emissão de carbono.

    Permanência no governo

    Perguntada durante a entrevista à CNN se poderia deixar o governo, Marina Silva ressaltou que a “primeira pessoa que quem diz quem fica e quem sai é o presidente Lula, que convida”.

    “A melhor forma de ajudar o governo é estando dentro do governo para viabilizar as políticas de combate ao desmatamento, desenvolvimento sustentável. Temos 19 ministérios com agenda do clima, bioeconomia”, colocou.

    Belém sediará COP-30 em 2025

    Foi anunciado nesta sexta-feira (26) que a cidade de Belém, capital do Pará, irá sediar a COP-30, a cúpula da ONU para mudanças do clima, em 2025.

    Sobre isso, Marina Silva disse à CNN que essa é uma vitória do presidente Lula e que coloca responsabilidade para os governos estaduais e federal, empresas, Congresso e todos os setores de “não [estar] nas cordas, mas proativamente, mostrando que é possível juntar a economia com ecologia numa mesma equação”.

    “É possível ser uma potência agrícola, mas também ser um país que está fazendo a transição energética, para que o Brasil possa ser uma solução no problema da segurança energética, não só para nós, mas para o planeta”, avaliou.

    Por fim, também ela ponderou que o país tem “todas as condições” de fazer acordo com o Mercosul, se forem preservadas as “possibilidades” de combater o desmatamento.

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