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    À CNN, Leite elogia CPI da Pandemia e diz que não tem medo de prestar contas

    Governador do Rio de Grande do Sul diz que presidente Jair Bolsonaro atrapalhou o trabalho de governadores e prefeitos em prol do distanciamento social

    Elis Franco e Gregory Prudenciano, da CNN, em São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (10), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defendeu o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que investiga ações e eventuais omissões do governo federal e o uso de recursos da União por parte de estados e municípios no combate à pandemia da Covid-19.

    Leite disse que já se antecipou a possíveis questionamentos da CPI e produziu um relatório com a descrição do uso desse dinheiro por parte do governo gaúcho. O documento, segundo o governador, foi entregue ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e ao relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

    “Eu não tenho nenhum temor de prestar contas”, afirmou Eduardo Leite. “Que fique muito claro, como está público na internet, todos os dados, todas as informações, centavo por centavo da aplicação dos recursos que foram destinados à pandemia para o Rio Grande do Sul”, completou.

    O governador reconheceu, no entanto, que pode haver casos de malversação de recursos, e citou como o exemplo do Rio de Janeiro, em que o governador, Wilson Witzel (PSC) sofreu impeachment por desvios de verbas em secretarias estaduais, entre elas a Secretaria de Saúde.

    Leite também criticou a maneira com que o presidente Jair Bolsonaro lida com a pandemia. Para o tucano, as críticas de Bolsonaro ao isolamento social dificultaram o trabalho de prefeitos e governadores.

    O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) (16.mar.2021)
    O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) (16.mar.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    “Há uma prática internacionalmente reconhecida em que o distanciamento [social] se impõe como uma forma de evitar que o vírus circule tão livremente. No momento em que o presidente da República faz o combate a essa política de distanciamento, torna especialmente difícil para os governadores e para os prefeitos aplicar as medidas de distanciamento”, explicou Leite.

    Para Leite, Bolsonaro perdeu “muita energia nessa tentativa de jogar a responsabilidade [do combate à pandemia] para os governadores e prefeitos”.

    Com frequência, Bolsonaro tem criticado governadores e acusado os chefes dos Executivos estaduais de usarem recursos repassados pela União para “fazer caixa”, em vez de investir o dinheiro no combate à pandemia. Para Leite, o presidente “tenta confundir a população juntando uma série de dados e de números para tentar, talvez, ofuscar a sua real responsabilidade sobre a tragédia que se abate sobre o nosso país”.

    O tucano disse que tem tentado conciliar os interesses econômicos — muitas vezes feridos pelas restrições à circulação — e a necessidade de controlar a pandemia impondo o distanciamento social. “Essa conciliação”, afirmou Leite, “me faz apanhar dos dois lados”. “Quem quer que restrinja mais reclama que a gente está permitindo, de alguma forma, alguma atividade econômica, e quem quer que funcione a atividade econômica reclama de algumas restrições que nós impomos”.