A aliados, Lira avaliou que ida ao ato de 8 de janeiro criaria tensão na Câmara
Nos bastidores, presidente da Câmara teria argumentado que presença nos atos em Brasília poderia dificultar articulação da agenda governista
Alegando questões familiares para se ausentar do ato que marca um ano do 8 de janeiro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confidenciou a pessoas próximas que avaliou que sua ida ao evento poderia acirrar demais os ânimos na Casa.
Lira, contou um interlocutor à CNN, entendeu que a polarização política ficou mais intensa por conta da data, o que poderia até mesmo complicar a articulação de projetos importantes no Congresso.
Lira, de acordo com o interlocutor, entendeu que seria cobrado por parlamentares bolsonaristas, dado que o evento de desta segunda-feira (8) em Brasília acabou adotando o tom do governo a respeito dos ataques às sedes dos Três Poderes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que fossem convidados todos os governadores e prefeitos de capitais. Mas chefes de executivos mais alinhados a Jair Bolsonaro (PL) decidiram se ausentar dos atos de hoje.
De acordo com o aliado, Lira argumentou que o cenário poderia até mesmo dificultar a articulação da agenda governista no Congresso. A fonte não soube precisar se Arthur Lira chegou a conversar com o presidente Lula antes de desmarcar sua presença no evento, que ocorre em Brasília.
No entorno de Lula, a avaliação é que a ausência de Lira joga contra o esforço do Planalto para dar caráter institucional ao ato. Apesar de diversos governadores terem indicado que não iriam participar do evento, o argumento de pessoas próximas ao presidente é que a presença dos chefes dos Três Poderes compensaria qualquer ausência.
Um aliado de Lula, sob reserva, também atribuiu a ausência de Lira ao fato de o presidente ter dado protagonismo maior ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “É ciumeira”, alfinetou.