Witzel exonera secretário de Saúde do RJ em meio a investigações sobre corrupção
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), exonerou o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, após a pasta ser um dos alvos da operação da Polícia Federal e do Ministério Público, que investiga suspeita de corrupção em contratos.
Em uma das investigações, que tramita no STJ, Witzel (PSC) é alvo de uma apuração por suspeita de envolvimento dele em irregularidades na compra de respiradores.
No último dia 7, o ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves foi preso por suposta fraude, junto com outras três pessoas. Nessa quarta-feira (13), a Polícia Civil do Rio prendeu o empresário Maurício Fontoura, suspeito de participar do esquema criminoso de contratos fraudulentos sem licitação.
Operação Favorita
Uma operação da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público, investiga um grupo liderado por empresários que, por meio do pagamento de vantagens indevidas à Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, a deputados estaduais e outros agentes públicos, se destaca há pelo menos 10 anos como um dos principais fornecedores de mão de obra terceirizada para o governo.
Empresas ligadas ao empresário Mario Peixoto, preso na quinta-feira (15) pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, possuem R$902 milhões em contratos ativos com o governo do Rio de Janeiro. Os serviços prestados são variados e vão de limpeza e manutenção predial a contratação de motoristas para atender autarquias estaduais.
O levantamento dos contratos foi feito a pedido da CNN pelo gabinete do deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB) no sistema de compras do governo fluminense. Só durante a gestão Wilson Witzel, desde janeiro de 2019, o estado do Rio já celebrou documentos no valor total de R$125,6 milhões, para prestação de serviços de gestão administrativa e limpeza para Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).
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O empresário também possuí “domínio velado” sobre organizações sociais que controlam unidades de saúde no Rio de Janeiro, segundo o MPF. De acordo com o MPF, Peixoto usou essa e outras empresas para construir uma complexa e sofisticada rede de lavagem de dinheiro, com dezenas de pessoas à frente de empresas para ocultar seu nome.
O MPF afirma que ele é o chefe de uma organização criminosa “em franca atuação” e que continua arrecadando “quantias milionárias dos cofres públicos estaduais, inclusive na área de saúde”. Na denúncia apresentada à Justiça, o MPF aponta que a organização criminosa tentou expandir sua influência para fraudar contratos de gestão de hospitais de campanha.
A Lava Jato encontrou provas de que pessoas ligadas à Peixoto tinham documentos com informações referentes a modelos de orçamentos e propostas de implantação dos hospitais de campanha no Rio.
As investigações também revelaram que Mário Peixoto segue pagando propina para manter contratos de suas empresas com a Faetec e o Detran. No total, o MPF calcula que o governo do Rio pagou cerca de R$44 milhões às empresas de Peixoto só nos quatro primeiros meses de 2020.
Histórico
Na mesma operação que prendeu Peixoto, na quinta-feira, o ex-deputado estadual Paulo Melo também foi detido.
A operação Favorita investiga um grupo liderado por empresários que, por meio do pagamento de vantagens indevidas à Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio de Janeiro, a Deputados Estaduais e outros agentes públicos, se destaca há pelo menos 10 anos como um dos principais fornecedores de mão-de-obra terceirizada para o governo.
Peixoto foi preso em Angra dos Reis, na região da Costa Verde. Já Melo, que também é ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), cumpria prisão domiciliar e estava em sua casa em Saquarema, na Região dos Lagos, e foi levado pelos agentes para a sede da PF, na capital.
Witzel prometeu suspender contratos de empresas acusadas de corrupção na Saúde .”Determinei à CGE e à PGE que façam uma auditoria minuciosa de todos os contratos que existem no governo com essas empresas. Se forem encontradas irregularidades, os contratos serão cancelados. Caso haja participação de funcionários e servidores do governo, os mesmos serão exonerados”, afirmou o governador.