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    Volta às aulas: Mais de 30 mil escolas públicas não têm acesso à internet

    Especialista alertam que a falta de conectividade aprofunda a desigualdade social no Brasil e que é dever do governo federal prover essas condições

    Denis Ferreira Netto/Estadão Conteúdo - 22.out.2011

    Rachel Amorimda CNN

    no Rio de Janeiro

    O mês de fevereiro marca o retorno às aulas em todo Brasil. Na rede pública, o novo ano letivo começa com a manutenção de um grande problema: a falta de acesso à internet nas escolas.

    Dados do Mapa da Conectividade na Educação, produzido pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, mostram que 30.024 escolas municipais e estaduais — de um total de 138.803 no país — não estão conectadas à rede mundial de computadores.

    Além do problema nas unidades escolares, a pesquisa Tic Educação 2021, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), revelou que 91% dos mais de 1.800 professores consultados em todo o país, apontaram a falta de dispositivos e acesso à internet nos domicílios dos alunos como uma das principais dificuldades enfrentadas durante a pandemia; e 72% disseram que a baixa velocidade da conexão à Internet “dificulta muito” o trabalho.

     

    De acordo com Rodrigo Almeida, especialista em conectividade na educação e sócio da Base Mobile, startup que desenvolve sistemas de conectividade para uso no setor educacional, a falta de acesso à Internet com estabilidade e segurança compromete o desenvolvimento de milhões de estudantes brasileiros.

    “O ensino híbrido, que combina as aulas presenciais com atividades realizadas à distância, é a forma mais efetiva e racional, em termos de uso dos recursos, para prover educação de qualidade para o conjunto de 38 milhões de estudantes do sistema público de Ensino Básico”, disse Almeida.

    Além de o ensino híbrido ser considerado, atualmente, uma estratégia educacional básica para qualquer fase do aprendizado, também é o melhor caminho para a recuperação do déficit de aprendizagem causado pela pandemia de Covid-19.

    Uma pesquisa do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), mostrou que a parcela de estudantes do 2º ano do ensino fundamental com dificuldade para ler e escrever passou de 15,5%, em 2019, para 33,8% em 2021.

    O especialista destaca que a falta de conectividade na educação pública aprofunda a desigualdade social no Brasil e é o maior desafio a ser enfrentado nessa área.

    “Assim como oferece uniforme, material didático e merenda, é preciso que o sistema público de educação incorpore a esse pacote básico um kit tecnológico de acesso seguro à internet e plataformas digitais de aprendizado. Cabe ao governo federal catalisar essas ações junto aos estados e municípios”.