Venezuelana morta por casal no Amazonas é velada em Manaus
Corpo será levado para a Venezuela na quinta-feira (11)
A artista venezuelana Julieta Hernández, morta no interior do Amazonas enquanto viajava de bicicleta pelo Brasil, será velada na capital amazonense nesta quarta-feira (10). Após a cerimônia, o corpo será levado para a Venezuela na quinta (11).
Segundo o governo da Venezuela, que presta auxilio à família da vítima, o sepultamento será feito na sexta (12) na cidade de Puerto Ordaz, onde mora a mãe da artista.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) informou que o corpo de Julieta foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Manaus na tarde desta terça-feira (9), pela mãe e pela irmã dela. O governo do Amazonas afirmou que prestou apoio psicossocial e logístico aos amigos e familiares da artista que se encontram em Manaus.
Julieta, que tinha 38 anos e se apresentava como “migrante nômade, bonequeira, palhaça e viajante de bicicleta”, foi encontrada morta em uma mata na cidade de Presidente Figueiredo, interior do estado, próximo ao local onde foi vista pela última vez. Segundo a Polícia Civil, ela foi estuprada e morta por um casal que inicialmente ofereceu abrigo à ela.
Em nota, o governo da Venezuela repudiou o feminicídio e pediu “punição exemplar para este crime abominável”. O país também agradeceu o governo brasileiro e do Amazonas pela colaboração na repatriação do corpo e no cuidado com os familiares da vítima.
O grupo Circo di SóLadies, companhia de palhaças mulheres, fez uma convocação para atos em todo o Brasil pela morte da artista. De acordo com a organização, mais de 20 cidades já confirmaram manifestações para esta sexta-feira (2).
“Convocamos pessoas por todo o Brasil a mobilizarem pedais nas suas cidades simultaneamente na próxima sexta-feira, a fim de homenagear Julieta Hernandez, a Miss Jujuba, para ocupar as ruas do Brasil em solidariedade a Julieta e para gritar contra a barbárie, o feminicídio, a violência e o extermínio que as mulheres sofrem diariamente”, diz a convocação.
Relembre o caso
Um casal foi preso pela Polícia Civil do Amazonas na noite de sexta-feira (5), suspeito de envolvimento na morte de Julieta Hernández, artista venezuelana que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o corpo foi localizado enterrado em uma mata na cidade de Presidente Figueiredo, interior do estado, próximo ao local onde Julieta foi vista pela última vez. A identificação foi realizada por meio de exame de necropapiloscopia.
Informações do delegado responsável pelo caso apontam que o crime foi cometido por conta do roubo do celular da artista, aliado a uma briga do casal por ciúmes. Julieta teria se hospedado na casa do casal. Na madrugada, o homem, identificado como Thiago, teria tentando roubar o celular da vítima, que reagiu e foi enforcada até perder a consciência. Depois, a esposa do Thiago, identificada como Deliomara, a mando do marido, amarrou as mãos e os pés de Julieta. Foi nesse momento que Thiago violentou a venezuelana.
Segundo depoimento de Deliomara, ela ligou as luzes e, com ciúmes do marido, jogou álcool e ateou fogo nos dois. Na sequência, o casal levou Julieta para área de mata e a enterraram. A polícia não descarta possibilidade dela ter sido enterrada ainda viva. O casal tem 5 filhos, que estavam na casa enquanto tudo acontecia.
Thiago já tem um boletim de ocorrência em aberto em Manaus. O casal será indiciado a por latrocínio, estupro e ocultação.
Os policiais encontraram, próximo à casa dos suspeitos, partes da bicicleta utilizada pela artista. O equipamento estava nas proximidades onde o corpo foi localizado.