“Vamos recuperar principais infraestruturas em semanas”, diz Rui Costa após chuvas

As fortes chuvas que atingiram a região sul do estado da Bahia nos últimos dias já deixaram 10 mortos e afetaram a vida de mais de 220 mil pessoas.

De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec), 267 pessoas ficaram feridas pelas tempestades, mais de 15 mil foram desalojadas e 6.371 ficaram desabrigados.

“Foi um volume de chuva extraordinário, 500mm em apenas dois dias. Houve também rompimento de barragens no norte de Minas Gerais. Foi uma verdadeira maré arrastando tudo que estava pela frente. O desastre é enorme”, disse o governador da Bahia, Rui Costa, em entrevista à CNN.

Uma série de estradas municipais e estaduais foram afetadas pelas chuvas, impossibilitando o acesso a algumas comunidades mais afastadas.

De acordo com o governador, já houve o retorno da trafegabilidade em alguns trechos de pontes e estradas.

“As principais infraestruturas vamos recuperar em semanas. Estamos priorizando corrigir as estradas principais, aquelas que dão acesso aos principais distritos. Mas ainda há um trabalho longo a ser feito na zona rural, nas estradas vicinais que conectam aquela região que tem muitas comunidades indígenas, quilombolas e agrícolas”, afirmou Rui Costa.

“Nós vamos ter o diagnóstico da infraestrutura agora que a água abaixou. Desde domingo não chove, e a expectativa é de que, até sexta, todas as estradas estejam fora d’água. Com isso, as máquinas podem entrar para trabalhar”, complementou.

O governador ainda explica que, por causa do alagamento das estradas, a comunicação com as comunidades afastadas tem sido feita através de helicópteros.

Nesse momento, o governo baiano priorizou a transferência de moradores com necessidades médicas, como o tratamento por hemodiálise, ou mulheres grávidas que estão próximas da data do parto.

Em relação às famílias que precisaram deixar suas casas por conta do avanço das enchentes, já foi iniciado o trabalho de inspeção técnica por parte de engenheiros. Essa avaliação determinará se é seguro que as famílias retornem.

“Esse trabalho é feito desde domingo para que a gente possa definir os recursos que serão destinados à reforma das casas que podem ser reformadas, e à construção de novas casas, em áreas mais elevadas”, declarou Rui Costa.

Na noite de segunda-feira (13), o governo baiano apresentou à Assembleia Legislativa um Projeto de Lei (PL) que pede autorização para que o Executivo possa comprar fogões e geladeiras para doar às famílias de baixa renda moradoras das cidades atingidas.

“Vamos dar um suporte social. Estamos contatando empresas voluntárias que queiram doar utensílios, e o Estado vai complementar comprando. Vamos dar um kit básico para essa pessoa poder recomeçar”, disse o governador.

O PL define que o critério para recebimento do benefício será a comprovação de que a pessoa teve imóveis destruídos pelas chuvas, comprovação de residência em município afetado e inscrição no CadÚnico do governo federal.

É também previsto um financiamento de R$ 20 milhões aos comerciantes prejudicados pelas enchentes. Os empréstimos de até R$ 150 mil não terão cobrança de juros, e o prazo para pagamento será de até 48 meses, com um ano de carência.

“Essas cidades vivem no extremo sul da produção de frutas, agrícola e criação de animais. Estamos subsidiando recursos às cidades que foram atingidas pela chuva para recuperar o comércio. Pessoas que trabalharam de 20 a 30 anos, tinham reforçado o estoque para as vendas de Natal e perderam tudo”, comentou Rui Costa.

* Entrevista produzida por Layane Serrano e Ludmila Candal, da CNN

Veja imagens do estrago provocado pelas chuvas na Bahia:

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