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    Vacina contra dengue é esperança, mas não solução única, diz ministra da Saúde à CNN

    SUS recebeu mais de 750 mil doses do imunizante; expectativa é de distribuição aos municípios em fevereiro

    Taísa Medeirosda CNN , Em Brasília

    A chegada da vacina Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS), no último dia 20, é motivo para esperança, mas segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, não será a solução para o problema atual da dengue no país.

    “A vacina é um instrumento importante, uma esperança, mas não pode ser vista como uma solução para aqueles locais onde há o agravamento de casos hoje. É preciso prevenir e cuidar as formas graves da doença”, disse a ministra à CNN.

    A chefe da pasta participou de encontro da Sala Nacional de Arboviroses e conselhos representantes das secretarias estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems) para discutir ações de prevenção e controle da dengue no país.

    Com aumento de 170% em relação aos casos registrados no mesmo período do ano passado, as três primeiras semanas do ano já registram recorde nos casos de dengue.

    O país já tem também 12 mortes suspeitas por dengue só em 2024. Ao todo, são 120.874 casos da doença, contra os 44.752 registrados no ano passado.

    Segundo a ministra, ainda não há previsão exata para a distribuição das cerca de 757 mil doses recebidas, mas a expectativa é de isso ocorrer ainda no mês de fevereiro.

    Um importante fator que ainda não permite o envio para as regiões a serem priorizadas é o fato do rótulo da vacina não estar em português. O imunizante Qdenga é produzido pelo laboratório japonês Takeda Pharma.

    “Quando chega uma vacina, tem procedimentos para que possa ser feita a distribuição. É feita a checagem, se chega em condições adequadas. Tudo isso foi feito. Mas há uma importante exigência da Anvisa, que é feita para todas as vacinas, é que a bula esteja em português, porque é muito importante que haja esse controle nas unidades de saúde, que é onde é feita a vacina. Está nesse processo, que é feito pelo laboratório produtor”, explicou.

    A vacina é aplicada num intervalo de três meses. Por ter um tempo mais longo, não é vista como a solução para a situação de emergência.

    “Mas é fundamental que tenhamos feito isso em nosso país. Temos que nos antecipar em todo o Brasil para evitar que esse quadro se dissemine”.

    Prevenção

    Segundo dados apresentados pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, no encontro, 75% dos focos de transmissão da doença estão dentro das casas. Por isso, a ministra enfatiza a importância do cuidado de prevenção.

    “É um momento de prevenir e de ao mesmo tempo cuidar. Isso temos que ter clareza. Há esse apelo pra um trabalho de governo mas também de cada família pra cuidar desse ambiente. Tudo isso envolve uma ação que vai além da saúde”, aponta.

    Em alguns locais, equipes do Exército já recebem treinamento para auxiliarem nas ações de prevenção. O Distrito Federal é um dos pontos em que as capacitações tiveram andamento. Na última segunda-feira (29), 200 militares do Exército receberam treinamento para o combate ao mosquito Aedes aegypti na capital federal.

    Além disso, 20 soldados estão sendo treinados para dirigir veículos responsáveis pela aplicação de ultrabaixo volume (UBV) — o fumacê — enquanto outros 30 vão ajudar no atendimento a pacientes com dengue.

    Os militares que vão atuar especificamente como agentes de vigilância ambiental em saúde, visitando casas em busca de focos de transmissão da dengue. Os trabalhos se iniciam na próxima quarta-feira (31) em Ceilândia e em Samambaia, regiões onde há grande concentração de casos da doença.

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