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    “Vacina contra dengue é aposta de médio e longo prazo, não resposta de momento”, diz ministra da Saúde

    Brasil registra quase 700 mil casos da doença em 2024

    Marcos Amorozoda CNN , Brasília

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta quarta-feira (21) que a vacinação de dengue para crianças é uma “aposta de médio e longo prazo” para solucionar a situação de doença, e que é necessária uma força-tarefa de toda a população para frear a proliferação do mosquito.

    A fala de Nísia se deu no lançamento de um programa de mobilização contra a dengue nas escolas de todo o país, na Escola Classe Juscelino Kubitschek, localizada na região do Sol Nascente (DF). A região é uma das mais atingidas no Distrito Federal, a unidade da federação com maior número de casos por 100 mil habitantes.

    “Nós conhecemos as epidemias de dengue há 40 anos, é possível cuidar, evitar mortes e combater o mosquito. A vacina não responde à crise desse momento. Vamos seguir progredindo com a vacinação, mas ela é uma aposta de médio e longo prazo, não uma resposta para este momento”, afirmou a ministra.

    “Este ano, temos vários sorotipos da dengue circulando, o que aumenta o número de casos, além do aumento do mosquito com as mudanças climáticas, calor excessivo, mudança nas chuvas e tudo o que estamos vivendo”, continuou.

    No início do mês, o Ministério da Saúde iniciou pela capital federal a estratégia de vacinação contra a dengue em crianças de 10 a 11 anos.

    À medida que novos lotes forem entregues pelo laboratório fabricante, a aplicação de doses vai avançar progressivamente até contemplar todo o público-alvo inicial, de 10 a 14 anos, conforme estratégia traçada pelo Ministério da Saúde com a participação dos conselhos representantes dos secretários de saúde estaduais e municipais.

    Ao todo, 521 municípios foram selecionados pela pasta para receber essas doses e distribuí-las entre crianças e adolescentes.

    Campanha nas escolas

    Com a retomada das aulas na rede pública após o Carnaval, os ministérios da Saúde e da Educação iniciaram nesta quarta uma campanha de mobilização contra a dengue nas escolas que faz parte do Programa Saúde na Escola.

    Serão 20 semanas de atividades e engajamento das comunidades escolares. No âmbito do programa, 25 milhões de estudantes serão orientados em mais de 102 mil instituições públicas de ensino receberão atividades, treinamentos e orientações para o combate de focos de dengue nas unidades escolares, na casa dos alunos e em toda a comunidade.

    Ao longo da programação, as escolas vão realizar atividades lúdicas, como gincanas, teatros educativos, oficinas criativas, palestras, murais da prevenção e concursos para engajar crianças, adolescentes e jovens no combate à dengue.

    O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que as ações de prevenção têm que começar nas escolas e que a divulgação do conhecimento adquirido pelos alunos com toda a família vai atingir a maior parte da população brasileira.

    “Essas ações precisam começar nas escolas. Para que a gente possa, juntos, enfrentar algo que é grave e que afeta a vida das pessoas, que é o problema da dengue. Cerca de 75% dos focos de dengue estão na casa das pessoas ou na comunidade e precisamos agir nesse aspecto”, afirmou o ministro.

    Nísia pediu o empenho dos estudantes no combate à dengue.

    “Vamos mostrar que somos capazes de vencer esse desafio pela união nacional. Vocês estudantes também vão ser agentes de saúde, cada um de vocês na escola, nas suas casas, nas famílias. Porque nós não podemos perder essa batalha”, disse a ministra.

    Quase 700 mil casos

    De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, na atualização desta terça-feira (20) o país registrou 688.461 casos prováveis de dengue, com 122 mortes confirmadas pela doença.

    O ministério também investiga se outras 456 mortes têm relação com a dengue.

    Segundo a pasta, 55% dos casos prováveis são mulheres e a faixa etária mais afetada segue sendo os adultos entre 30 e 39 anos.

    Entre os homens, já soma 61.032 diagnósticos e 73.424 casos entre as mulheres dessa faixa de idade.

    Minas Gerais segue como o estado com mais casos, com 232.683 casos prováveis, na sequência estão São Paulo (117.571), Distrito Federal (80.979), Paraná (72.526), Rio de Janeiro (51.532), Goiás (42.407) e Espírito Santo (21.356).

    Na análise de incidência, o Distrito Federal lidera com 2.874,6 casos a cada 100 mil habitantes. A capital federal é seguida por Minas Gerais (1.132,9), Acre (791,4) – com 5.822 casos, Paraná (633,8), Goiás (42.407) e Espírito Santo (557,1).

    Todos esses estados, pela avaliação do Ministério, estão no nível máximo de atenção com a doença, que acontece quando um estado tem mais de 500 casos por 100 mil habitantes.

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