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    USP assume 1º lugar em ranking de universidades da América Latina; Unicamp e Unesp estão no top 10

    Ao todo, Brasil tem 13 instituições entre as 50 melhores da América Latina e Caribe

    Reitoria da Universidade de São Paulo
    Reitoria da Universidade de São Paulo Marcos Santos/USP Imagens

    Estadão Conteúdo

    Marcio Dolzan e Renata Cafardo, do Estadão Conteúdo

    A Universidade de São Paulo (USP) é a melhor instituição de ensino superior da América Latina e Caribe segundo o QS World University Rankings 2024, elaborado pela Quacquarelli Symonds e divulgado nesta quarta-feira (13).

    Desde 2018, a USP estava em 2º ou 3º lugar no levantamento, que no ano passado foi liderado pela PUC do Chile. As duas instituições trocaram de posição.

    Além da USP, mais duas universidades estaduais de São Paulo estão entre as dez primeiras da lista, com destaque para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 3º. Ao todo, o Brasil tem 13 instituições entre as 50 melhores da América Latina e Caribe, 12 delas públicas.

    A liderança mostra que a instituição “está no caminho certo” para ser uma universidade de classe mundial, afirma o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.

    “O ranking analisa grandes contribuições da universidade, como empregabilidade, reconhecimento dos empregadores, desenvolvimento sustentável, não só quantidade de papers [artigos científicos]. E a USP tem se preocupado com isso, com seu impacto social”.

    A Unicamp subiu do 5º para o 3º lugar. Décima colocada este ano, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) ganhou uma posição.

    O ranking considerou 430 universidades de 25 países da América Latina e Caribe. No Brasil, 97 universidades constam no levantamento, e conforme o Quacquarelli Symonds, 35 delas tiveram melhora no ranking de 2024 em relação à edição anterior.

    “O sucesso do Brasil é fundamentado no excelente conhecimento do corpo docente e pelo desempenho excepcional em pesquisa, tanto em termos de volume quanto de colaboração e qualidade. A qualidade de seu corpo docente é evidenciada pelo número de professores com doutorado, no qual nove das 10 universidades com as maiores pontuações são brasileiras.”

    O ranking colocou 13 universidades do país no top 50. Dessas, a única particular é a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), agora na 17ª colocação.

    Critérios do QS World University Rankings 2024

    A classificação da lista usa cinco critérios básicos.

    • Impacto e produtividade da pesquisa;
    • Compromisso docente;
    • Empregabilidade;
    • Impacto online;
    • Internacionalização.

    As médias são definidas com base na reputação acadêmica da instituição (30% da nota), reputação do empregador (20%), proporção de docentes por aluno (10%), professores com doutorado (10%), rede internacional de pesquisa (10%), citações por artigo (10%), artigos por corpo docente (5%) e impacto na internet (5%).

    Considerando só a reputação acadêmica, o Brasil tem três das dez melhores de América Latina e Caribe. O país se destaca também no critério da rede internacional de pesquisa: seis no top 10.

    USP ganhou postos em lista global em junho

    Em junho, a QS já havia colocado a USP entre as 100 melhores universidades do mundo.

    A pesquisa, que analisou 17,5 milhões de trabalhos acadêmicos e considerou a opinião de 240 mil professores, alunos, funcionários e donos de escolas, colocou a USP na 85ª posição. Foi a primeira vez em 20 edições daquele levantamento que uma instituição brasileira ficou entre as 100 melhores.

    Ao lado do Chile, o Brasil tem registrado bom desempenho nos rankings. Boa parte disso é puxado pelas notas das três paulistas (USP, Unicamp e Unesp). Na comparação com a China, porém, o Brasil está atrás: o gigante asiático tem cinco representantes no top 100.

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    Desafios e gargalos

    Entre os gargalos historicamente citados por especialistas para o avanço do Brasil nos rankings, estão a burocracia das instituições públicas (que têm regras mais engessadas para compra de equipamentos, gastos com pesquisa ou contratação de professores) e a baixa internacionalização (poucos alunos e docentes estrangeiros, além do número restrito de disciplinas em inglês).

    Outro obstáculo frequentemente citado são as irregularidades financeiras, sobretudo nas universidades federais, que não têm autonomia financeira e ficam sujeitas a cortes de verbas do governo.

    As três estaduais paulistas, por sua vez, são mantidas por uma cota fixa de 9,57% da arrecadação de ICMS de São Paulo, o que melhora a previsibilidade financeira. Já as federais, desde 2015, sofreram com sucessivos períodos de cortes de recursos.

    Além disso, gestores universitários brasileiros costumam ponderar que as instituições públicas brasileiras têm papel de inclusão social no sistema superior, o que não ocorre em todos os outros países.

    O alto número de alunos e a adoção de cotas para alunos negros e de escola pública, por exemplo, demandam mais verba para a assistência estudantil.

    SP está no top 100 das melhores cidades para estudar

    São Paulo também é considerada a 97ª melhor cidade estudantil do mundo, ocupando assim a 5ª melhor classificação da América Latina, segundo o QS Best Student Cities Ranking. A capital, porém, perdeu 13 posições em relação ao ranking do ano passado.

    A liderança regional nesse quesito é Buenos Aires (34ª geral), seguida de Santiago (47ª), Cidade do México (69ª) e Bogotá (90ª).

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