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    Unesp expulsa 4 alunos envolvidos em trote violento; vítima foi parar na UTI

    Outros quatro estudantes foram suspensos por 120 dias

    José Maria Tomazela, do Estadão Conteúdo

    A Faculdade de Engenharia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Guaratinguetá, interior de São Paulo, expulsou quatro alunos que teriam aplicado um trote violento contra uma universitária de 21 anos.

    Em decorrência, a estudante chegou a entrar em coma e ficou internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Outros quatro estudantes foram suspensos por 120 dias e um nono investigado recebeu suspensão de 45 dias.

    Um inquérito aberto pela Polícia Civil também apura o caso. Os estudantes não tiveram os nomes divulgados, o que impossibilitou o contato com suas defesas.

    O trote aconteceu em julho de 2023, mas a comunicação das punições dos envolvidos foi feita no último dia 2, através de rede social oficial da instituição, após o encerramento do processo administrativo que apurou o caso.

    Expulsão de alunos

    A expulsão dos quatro alunos foi formalizada por meio de publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo, já que se trata de instituição pública.

    Segundo a nota divulgada pela faculdade em sua página no Instagram, as apurações de âmbito administrativo se detiveram em duas repúblicas, uma em que o trote teve início e outra onde teve “seu gravíssimo desfecho”.

    Quatro comissões adicionais serão instituídas para apurar o ocorrido em outras repúblicas citadas em denúncia registrada na Ouvidoria Geral.

    Conforme a instituição, no âmbito policial, um inquérito apura o crime de lesão corporal de natureza grave atribuída a sete alunos que teriam participado do trote.

    Atendendo a pedido do 2º Distrito Policial de Guaratinguetá, onde o caso é apurado, a Unesp repassou à investigação as fichas contendo qualificação e fotos dos sete alunos.

    “Cumpre-nos ainda ressaltar que o processo policial é totalmente distinto do nosso processo disciplinar, de tal modo que suas sentenças, efeitos e decisões são independentes”, disse.

    Dos sete acusados, cinco foram indiciados e o caso segue em apuração, de acordo com a Polícia Civil.

    A faculdade informou que serão criadas campanhas permanentes de conscientização e combate ao trote e um memorial de vítimas do trote, “ações essas que devem ficar a cargo da Comissão Local de Direitos Humanos”.

    Como aconteceu o trote

    O trote aconteceu no dia 4 de julho, quando a aluna do curso de Engenharia Civil foi obrigada a cumprir um elenco de obrigações impostas pelos veteranos, em suas repúblicas.

    Entre as tarefas estava fazer algumas séries de flexões e, quando não cumpridas integralmente, ela era obrigada a consumir bebidas alcoólicas, misturadas com mostarda, sal, vinagre e pimenta.

    A jovem passou mal, foi levada de ambulância a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de onde foi transferida para a Santa Casa de Guaratinguetá.

    A estudante chegou a ser entubada devido ao estado grave. Após cinco dias de internação, quatro em UTI, ela recebeu alta, deixou a universidade e denunciou a violência.

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