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    Tragédia de Paraisópolis: dez testemunhas são ouvidas em primeira audiência

    Julgamento continua em 18 de dezembro; treze policiais são réus pela morte de nove pessoas durante baile funk em 2019

    Favela de Paraisópolis, em São Paulo
    Favela de Paraisópolis, em São Paulo Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo

    Isabelle SalemeGiovanna Bronzeda CNN

    Foi marcada para o dia 18 de dezembro a próxima audiência para definir se os 13 policiais denunciados pela tragédia de Paraisópolis, quando nove pessoas morreram em um baile funk, vão ou não a júri popular.

    A primeira audiência ocorreu nesta terça-feira (25), quando foram ouvidas dez testemunhas, sendo uma comum às partes e nove da acusação. Ao todo, foram arroladas 52 testemunhas no processo.

    Além disso, também está previsto o interrogatório dos réus. Em seguida, as partes apresentam alegações finais e, se o caso, solicitam diligências complementares.

    Ao final, o juiz profere a sentença, decidindo se existem indícios de um crime doloso contra a vida e se o acusado pode ser o culpado. Aí, o processo será julgado por um júri popular.

    Treze réus foram denunciados pela ação que ocorreu durante um baile funk na favela paulista. Um dos indiciados não mais integra os quadros da Polícia Militar e os outros doze seguem afastados das atividades operacionais de policiamento até a conclusão do trabalho judicial.

    A pesquisadora social Maria Cristina Quirino, mãe de Denys Henrique Quirino da Silva, que tinha 16 anos quando morreu na tragédia – disse à CNN que espera por justiça. Para ela, todos os 31 policiais envolvidos na ação deveriam ser responsabilizados.

    “Tem um que disse que chegou no fim. Ele pode não ter matado nossos filhos, mas também não fez nada para impedir a morte deles. Precisamos de justiça”, declarou.

    A defesa de oito dos réus informou à CNN que mantém o mesmo posicionamento desde o início dos trabalhos. Segundo os advogados, não há ligação entre a conduta dos policiais e as mortes.

    “Os incidentes ocorreram apesar da operação conduzida pelos militares que, na oportunidade, apenas acautelaram o cenário após a tragédia consumada, exatamente para evitar que outras pessoas pudessem se vitimizar”, informa um trecho da nota.

    Já a defesa de José Roberto Pereira Pardim informou que o cliente não teve nenhuma participação direta no cenário onde ocorreu os fatos, já que foi uma das últimas equipes a chegar e permaneceu apenas na segurança das viaturas.

    O massacre de Paraisópolis ocorreu na madrugada do dia 1° de dezembro de 2019, no baile da DZ7. Os policiais entraram na comunidade e cercaram um quarteirão onde acontecia o maior fluxo de pessoas. Durante a ação, foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de tiros de balas de borracha, golpes de cassetetes e rajadas de gás de pimenta.

    Por conta das ações policiais, ocorreu um tumulto, e parte da multidão correu para um beco. Neste momento, segundo relatos, os moradores foram encurralados pela Polícia Militar.

    Os jovens morreram asfixiados com o spray de pimenta e bombas de gás. Um deles teve traumatismo craniano.