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    Tom Zé relembra amizade de quase 60 anos com Gal Costa

    Nome artístico da cantora foi escolhido por produtor e incomodava Caetano Veloso

    Anne BarbosaGiovanna Bronzeda CNN , em São Paulo

    Quando Maria das Graças Costa Penna Burgos começou a caminhada na música na década de 60 ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé ela era conhecida como Gracinha. O nome artístico Gal Costa só veio depois de muitos passos pela ideia de Guilherme Araújo, produtor e empresário responsável por alavancar e consolidar o movimento musical Tropicália.

    Só que para o cantor Caetano Veloso o apelido não caiu nada bem à época. Para ele, “Gal” lembrava “general” e, quando o nome explodiu, o Brasil estava nos primeiros anos da ditadura militar. Depois, como tantos brasileiros, o baiano acabou reverenciando o nome.

    Caetano começou a carreira ao lado da parceira Gracinha: os dois assinaram juntos o primeiro álbum de estúdio de ambos: “Domingo”, em 1967. Foi quando Gal passou a assinar com o nome artístico enquanto Caetano usava dois “L” no sobrenome, o que perdeu com o tempo.

    Quem relembra a história é Tom Zé, que também ganhou o nome artístico de Guilherme Araújo e conversou com a CNN sobre os quase 60 anos de amizade com Gal Costa. Amigo, parceiro de carreira e até mesmo namorado de Gal por um tempo, Tom Zé descreve Maria da Graça como poucos.

    “Aquela presença que você diz: ali está a prima das musas, uma instituição federal, uma instituição celeste, uma lua na terra, uma lua cheia”, diz.

    Nem Gal nem o público sabiam que a apresentação feita no Memorial da América Latina, em São Paulo, no dia 17 de setembro seria a última de sua carreira. Ela estava em turnê com o show “As várias pontas de uma estrela” e integrou o lineup do Coala Festival, evento paulistano que enaltece a música brasileira.

    Ela subiu ao palco e convidou os músicos Rubel e Tim Bernardes para cantarem com ela diante da multidão. A despedida foi em uma das noites mais frias registradas na cidade. Gal celebrou o passado, saldou o futuro da música brasileira e trouxe calor para um público atento e forte com clássicos como “Divino Maravilhoso”, “Baby”, “Quando você olha para ela”, “Vapor Barato” e “Um dia de domingo”, além de faixas recentes, como “Palavras no Corpo”.

    O último disco de Gal Costa foi lançado no ano passado, intitulado como “Nenhuma Dor”. O album foi lançado 52 anos após o primeiro solo dela: “Gal Costa”, de 1969.

    No primeiro álbum, Gal mostrou força ao dar voz a “Divino Maravilhoso”, composta pelo amigo Caetano Veloso. O disco foi lançado alguns meses após a Ditadura Militar decretar o Ato Institucional número 5, que marcou a época mais dura do regime, com sequestros, tortura, assassinatos e exílio forçado de artistas.

    Já no último disco, Gal fez a geleia geral que é característica da Tropicália. Convidou diversos artistas diferentes pra cantar nas faixas de “Nenhuma Dor”. Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos), Silva, Criolo, Seu Jorge, Tim Bernardes, Rubel e Zeca Veloso (filho do meio do amigo Caetano).

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