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    Tensão na Ucrânia derruba mercados; preço de commodities surpreende investidores

    Os mercados operam com forte queda na manhã desta segunda-feira (7), de olho nas tensões na Ucrânia

    “Estou sem palavras” foi a frase dita por um executivo do mercado financeiro internacional ouvido pela Reuters para explicar o que está acontecendo com os preços das commodities de metais, óleo e gás.

    O gás natural subia hoje mais de 70%, para o maior nível da história, equivalente a US$ 600 o barril do petróleo.

    “Nenhuma indústria consegue operar nesse nível de preço da energia”, disse Roberto Attuch, da Ohmresearch.

    O trigo, em alta de 7% nessa segunda-feira (7), mas acumula subida de 75% no ano. Aqui no Brasil, na conta da Necton, a valorização do real baixa essa conta para perto de 55%.

    O barril do petróleo bateu US$ 139 ontem à noite. O gatilho foi a fala do secretário de estado americano, Antony Blinken, em “banir a importação de petróleo da Rússia.”

    Ursula von der Leyen, presidente da Comissão europeia reforçou: “nada está fora da mesa; estamos preparando outras medidas”, sem dar mais detalhes.

    Da Lituânia, onde está para acontecer um encontro com ministros de relações exteriores de outros países, Blinken disse que o fato da Rússia conquistar uma cidade, não significa que vai ganhar a guerra.

    Como sempre aconteceu em situações de elevadíssima incerteza, a rápida correção vem pelo preço. São muitos os agravantes agora, num conjunto inédito de medidas e repercussões sem precedentes.

    Na Ásia a semana começou com perdas em todos os mercados. Na Europa não seria diferente, com índices operando com fortíssima queda. A onda negativa atravessou o oceano e por aqui o dia promete repetir o mesmo roteiro.

    Brasil

    No Brasil, a semana começa com foco nas medidas do governo para incentivar economia e nos projetos que pretendem baixar preço dos combustíveis. Está na mesa um remake da solução dada em 2018 para por fim à greve dos caminhoneiros – ou seja – subsidiar os preços.

    Entre as leis fiscais, a sobra de caixa pela alta na arrecadação e o ano eleitoral, o temor é por soluções distorcidas, desancoradas da capacidade do setor público no médio prazo.

    Há uma preocupação compartilhada no mercado de que o fluxo de capital estrangeiro no Brasil sirva de rampa para o excesso de populismo.

    O boletim Focus desta segunda mostrou que expectativa para ICPA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano subiu e de 2023 ficou estável, o que pode sinalizar ancoragem das expectativas a uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas isso desde que os juros fiquem altos por mais tempo – a taxa para o ano que vem pulou para 8,25% e para 2024 subiu para 7,38%.

    Índices

    O Ibovespa futuro tem queda de 0,38% com 115.046 pontos. O dólar cai 0,48% sendo cotado a R$ 50,5 e o S&P futuro tem queda de 0,60%.

    Agenda do Dia

    A agenda de hoje está fraca de índices, mas a semana terá dados de inflação, emprego e atividade econômica tanto aqui no Brasil quanto no exterior.

    As próximas sanções e a resposta dos preços das commodities são as principais informações que devem piscar na tela dos mercados hoje.

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