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    Temperatura média anual em terras indígenas pode ser até 5 °C menor do que no entorno, diz instituto

    Nota técnica do Ipam analisou a temperatura média da Amazônia Legal e comparou com os valores apresentados dentro das terras indígenas demarcadas

    Giovanna Bronzeda CNN

    A temperatura média anual dentro de terra indígena protegida por lei é cerca de 5 °C menor do que a registrada nas áreas ao redor. A informação é de uma nota técnica divulgada nesta terça-feira (5), Dia da Amazônia, feita pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em parceria com o Centro de Pesquisa em Clima Woodwell.

    O estudo analisou a temperatura média na Amazônia Legal e dentro das terras indígenas demarcadas. Conforme os dados apontam, um exemplo visível é o Território Indígena do Xingu. Segundo o levantamento, a temperatura dentro dos limites da terra indígena é 5 °C menor do que a registrada ao redor na região.

    Ainda segundo o levantamento, o efeito é semelhante em toda a Amazônia Legal. A temperatura dentro das terras indígenas é 2 °C menor (com média anual de 29 °C) do que a registrada nas áreas que não são protegidas e possuem a média anual de 31 °C.

    Segundo os responsáveis pela nota, a diferença está na “evapotranspiração, um serviço ecossistêmico prestado pela vegetação nativa que funciona como uma ‘chuva às avessas’”. Segundo a análise, a evapotranspiração é quase três vezes maior no Território Indígena do Xingu em comparação com as áreas desmatadas.

    A “chuva às avessas” chega a ser de 540 mm na área afetada, enquanto na região protegida chega a ser 1.440 mm.

    Com base na análise das regiões, foi calculado que a evapotranspiração é 9% maior em protegidas do que em toda a Amazônia Legal.

    Segundo o estudo, “as análises indicaram que as terras indígenas da Amazônia Legal compõem um armazém gigante de carbono que, se destruído, agravará a crise climática”. Segundo a nota técnica, são cerca de 55 bilhões de toneladas de carbono vivo, o que equivale a 26 anos de emissões brutas do Brasil.

    Além disso, o texto também cita os resultados do estudo anterior que alertaram para o avanço do desmatamento na Amazônia, que saltou de 23 a 55 milhões de hectares. Dessa forma, a emissão de toneladas de dióxido de carbono cresceu de 7,6 a 18,7 bilhões de toneladas.

    Os pesquisadores argumentam que, com a aprovação do PL do Marco Temporal, “notou-se que, para a Amazônia Legal, a aprovação de tais propostas pode resultar no aumento de 2 °C e a região pode ter sua umidade reduzida em 9%”.

    Além disso, a aprovação do projeto pode “pode reverter as baixas taxas de desmatamento das terras indígenas, historicamente 20 vezes menores do que as registradas em áreas não protegidas”.

    O PL tramita na Câmara dos Deputados e altera o artigo 231 da Constituição Federal, para alterar a demarcação, uso e gestão de terras indígenas no país.

    Dia da Amazônia

    O dia 5 de setembro é celebrado como o Dia da Amazônia. A data foi escolhida em homenagem à criação da Província do Amazonas em 1850, conforme a lei nº 582 feita por Dom Pedro II. O dia 5 de setembro também marca o Dia Internacional da Mulher Indígena.

    Veja também: STF retoma julgamento do marco temporal de terras indígenas

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