Suzane von Richthofen se candidata a vaga de telefonista da Câmara de Avaré
Ela concorrerá com cerca de 800 candidatos a um salário mensal de R$ 5.600 por 30 horas semanais de trabalho, além de plano de saúde e outros benefícios
Cumprindo pena pela morte dos pais em regime aberto, Suzane von Richthofen, de 39 anos, vai disputar um cargo público como telefonista da Câmara de Avaré, no interior de São Paulo.
Ela concorrerá com cerca de 800 candidatos a um salário mensal de R$ 5.600 por 30 horas semanais de trabalho, além de plano de saúde e outros benefícios. Desde que saiu da penitenciária de Tremembé, também no interior, no início deste ano, ela mora em Angatuba, cidade próxima a Avaré.
A comissão organizadora do concurso confirmou a inscrição da candidata, que também se tornou assunto comentado em Avaré. Embora ela não esteja impedida de participar de concursos públicos devido à sua condenação, caso seja aprovada no certame, Suzane precisará de autorização da Justiça para assumir o cargo. Mesmo estando em regime aberto, ela precisa comunicar eventual mudança de endereço e ter aval do Judiciário para se deslocar em viagens.
As provas do concurso serão realizadas nos dias 4 e 11 de junho. A realização, no entanto, está ameaçada. Denúncias de que funcionários comissionados da Câmara que organizaram as provas estão inscritos para concorrer a vários cargos foram enviadas para o Ministério Público Estadual e estão sendo analisadas. Caso o concurso aconteça, Suzane prestará as provas em Avaré.
Desde que se mudou para Angatuba, após deixar o presídio no dia 11 de janeiro, Suzane voltou a estudar com autorização judicial. Em março, ela começou a cursar biomedicina no Centro Universitário Sudoeste Paulista, em Itapetininga, uma faculdade particular. Antes, quando ainda estava cumprindo a pena em regime semiaberto, ela fazia o mesmo curso em Taubaté. Ela também se tornou microempreendedora ao abrir uma loja virtual para comercializar acessórios femininos feitos à mão.
Assassinato dos pais
Suzane foi condenada inicialmente a 39 anos e 6 meses de prisão por planejar e participar do assassinato dos pais, em 2002. Mais tarde a pena foi revista para 34 anos e 4 meses, tendo cumprido cerca de 20 anos na penitenciária de Tremembé. Em 2015, ela obteve progressão para o regime semiaberto.
A detenta tem histórico de bom comportamento e sempre trabalhou na unidade. A pena de Suzane, fora da prisão, só se extingue em 2032.