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    Suspeitos de matar advogado no Rio são de grupo de extermínio, diz polícia

    Motivação do crime ainda é desconhecida, mas investigação descarta relação com a atividade profissional da vítima

    Cleber Rodriguesda CNN

    No Rio de Janeiro

    Os dois suspeitos de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, são investigados pela Polícia Civil por integrar um grupo de extermínio no Rio de Janeiro, cujos crimes são cometidos mediante contratação. Ele foi assassinado na semana passada.

    De acordo com os investigadores, o policial militar Leandro Machado da Silva, de 39 anos e Eduardo Sobreira Moraes, de 47, alvos da operação desta segunda-feira (4), teriam participado da logística do crime disponibilizando os carros e realizando o monitoramento da vítima.

    A partir da identificação da placa dos dois gols brancos utilizados no dia do crime, a polícia descobriu que um dos carros era clonado e o outro tinha sido alugado pelo policial militar.

    Segundo as investigações, o PM, lotado no 15° BPM (Duque de Caxias), tem negócios com Vinícius Pereira Drumond, que é herdeiro de Luizinho Drumond, falecido contraventor do Rio. A polícia não confirma se Vinícius tem envolvimento no crime, mas ele é investigado.

    Com o carro fornecido pelo PM, Eduardo Sobreira teria vigiado a vítima durante quatro dias, incluindo o dia do assassinato. De acordo com a polícia, Sobreira monitorou os passos da casa do advogado até o escritório dele, no centro do Rio.

    PM Leandro Machado da Silva e Eduardo Sobreira Moraes, apontados por participação na morte de um advogado no Rio / Divulgalçao

    Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, foi morto no dia 26 de fevereiro, quase em frente ao seu escritório de advocacia. O crime foi cometido na calçada da Ordem  dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, a poucos metros do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Defensoria Pública do estado. O advogado sofreu 21 perfurações, a maior parte na região do rosto.

    “São características que revelam a assinatura de um determinado grupo criminoso que já vem sendo investigado pela Delegacia de Homicídios, cujos crimes apresentam uma alta complexidade de elucidação. Mas nesse caso foi diferente e nós conseguimos um grande e rápido avanço nas investigações desse crime”, disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

    A motivação do crime ainda é desconhecida, mas a investigação descarta qualquer relação com o ofício do defensor.

    “Algumas motivações surgem no horizonte, mas a gente não consegue afirmar agora. A princípio não está ligado diretamente a atividade advocacia. Isso era importante definir logo”, disse Marcus Amim, secretário de Polícia Civil.

    Em nota, PM informou que Leandro Machado da Silva já estava afastado das ruas, pois responde a um outro inquérito por participação em organização criminosa, tendo sido preso preventivamente em abril de 2021.

    “A Corregedoria já havia instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao policial, que pode culminar com sua exclusão das fileiras, diz a PM.

    Além dos mandados de prisão de temporária contra os dois suspeitos, a Polícia Civil foi às ruas nesta segunda-feira para cumprir cinco mandados de busca e apreensão contra os investigados.