Suspeito de matar galerista americano vai prestar depoimento à polícia e deve dar detalhes sobre o crime
Segundo o advogado Greg Andrade, Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, demonstra arrependimento e quer contribuir com as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)
O cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, vai prestar um novo depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro na próxima terça-feira (30/01) e deve revelar detalhes sobre o assassinato do galerista americano Brent Sikkema, há cerca de duas semanas.
Segundo o advogado Greg Andrade, que esteve com o preso nesta sexta (26/01), no Complexo de Gericinó, Alejandro demonstrou arrependimento e disse “estar disposto a contribuir com tudo” na investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), revelando inclusive se o crime foi cometido a mando de alguém.
“Se esse ‘tudo’ envolve se houve mando, como foi, qual a arma, por que e a motivação, vai ser com ele (Alejandro) no dia do depoimento”, explica Greg.
De acordo com a defesa, ao ser confrontado com as provas produzidas pela investigação, Alejandro Triana decidiu falar sobre seu envolvimento na morte e pode, pela primeira vez, assumir que matou Brent.
Preso serviu nas tropas especiais de Cuba e já escreveu livro sobre romance
Refugiado no Brasil desde 2022, Alejandro Triana contou aos advogados que já serviu nas tropas especiais de Cuba e que fala ao menos três línguas: espanhol, português e inglês.
O cubano também já escreveu três livros, sendo um deles publicado. Na obra chamada de “Reflexões cinzentas do amor”, Alejandro descreve as experiências vividas, entre elas, momentos de luxúria, conselhos e maneiras de viver a vida. O livro tem 92 páginas.
“Segundo o Alejandro, ele também é professor de veterinária e já deu aulas em um instituto de Cuba. Ele tinha, ainda, uma oficina de bicicletas e trabalhou aqui no Rio como guia de turismo”, conta o advogado.
Investigações sobre a morte
A Delegacia de Homicídios da Capital, responsável pelo caso, acredita que Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, agiu sozinho, mas nenhuma linha de investigação está descartada, nem mesmo a participação do marido de Sikkema no crime. O homem, que estaria em processo de divórcio com o galerista, está em Cuba. Brent Sikkema estava passando por uma briga milionária para se divorciar e poder rever o filho.
Apesar da questão familiar, a Polícia Civil acredita que motivação para o assassinato foi financeira. O caso está sendo investigado como latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Cerca de 40 mil dólares foram levados do imóvel na noite em que Sikkema morreu.
O suspeito foi preso em um posto de gasolina, em Uberaba, em Minas Gerais, no dia 18 de janeiro. Cerca de 3 mil dólares foram encontrados com ele. Em depoimento aos policiais, já no Rio, Prevez negou qualquer participação na morte do galerista, no último dia 14, no Jardim Botânico, na zona sul da capital fluminense.
Segundo a perícia, Sikkema já estava desacordado no momento em que sofreu cerca de 18 golpes de faca. Ele foi encontrado por uma amiga, com o rosto coberto por um pano.
Com informações de Isabelle Saleme