Suspeito de matar cunhado após triângulo amoroso teria mandado carta à viúva: “te espero”
"Oro todo dia por tudo. Que Deus nos abençoe", diz o texto
- 1 de 14
Às 4h32, Marcelly Peretto e Rafaela Costa chegam de carro ao prédio de Marcelly, irmã da vítima • Reprodução
- 2 de 14
Marcelly e Rafaela –irmã e esposa da vítima– chegam ao prédio de Marcelly entram no prédio de Marcelly às 4h38 • Reprodução
- 3 de 14
4h40: Marcelly e Rafaela se abraçam no elevador; imagem é de aproximadamente uma hora antes do homicídio • Reprodução
-
- 4 de 14
Uma hora após ser flagrada abraçando a cunhada no elevador, Rafaela (mulher da vítima) sai do apartamento de Marcelly e entra no elevador • Reprodução
- 5 de 14
Pouco mais de uma hora antes do crime, Rafaela deixa o prédio de Marcelly em direção ao seu carro • Reprodução
- 6 de 14
Às 5h43, Mario e Igor (a vítima) chegam ao prédio de Marcelly (irmã de Igor e mulher de Mario) • Reprodução
-
- 7 de 14
Cerca de 15 minutos antes do crime, Mario e Igor (a vítima, à direita) discutem no elevador • Reprodução
- 8 de 14
6:04: Minutos após o crime, Mario e Marcelly acessam a garagem e vão até o carro dele • Reprodução
- 9 de 14
Com outra roupa, Marcelly entra no carro de Mario logo após o crime contra o irmão dela • Reprodução
-
- 10 de 14
Às 6h11, Mario e Marcelly chegam ao prédio de Mario • Reprodução
- 11 de 14
Às 6h13, cerca de 25 minutos após o crime contra seu irmão, Marcelly abraça e encosta a cabeça no peito de Mario, que teria dado as facadas em Igor • Reprodução
- 12 de 14
6h15: Mario e Marcelly saindo do elevador e indo em direção ao carro de Mario • Reprodução
-
- 13 de 14
Por volta de 12h28 –cerca de 7 horas após o crime– Mario e Marcelly se hospedam em um motel em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo • Reprodução
- 14 de 14
Suíte de motel onde Mario e Marcelly se hospedaram após o crime contra o irmão dela • Reprodução
O homem suspeito ter matado o próprio cunhado a facadas após um caso de triângulo amoroso teria enviado uma carta para a viúva da vítima dias depois do crime, que ocorreu no litoral paulista. No bilhete, ele diz: “Te espero em breve”.
O comerciante Igor Peretto, 27 anos, foi assassinado no dia 31 de agosto dentro do apartamento onde morava a irmã dele, Marcelly Peretto, 21 –que também é suspeita de ter participado do crime.
Segundo as investigações, o homicídio ocorreu depois que Igor descobriu um triângulo amoroso entre a mulher dele, Rafaela Costa da Silva, 26, a irmã dele, Marcelly, e o cunhado, Mario Vitorino da Silva Neto, 23.
De acordo com o Ministério Público, após a descoberta, Igor passou a ser considerado um “empecilho” para o relacionamento triplo. Os três estão presos preventivamente.
Durante a apuração do caso, a polícia interceptou uma carta que teria sido enviada por Mario para Rafaela –amante dele e viúva da vítima. O bilhete é datado de 12 de setembro, quase duas semanas após o crime.
A mensagem, escrita à mão, diz: “Oro todo dia por tudo. Que Deus nos abençoe. Tudo vai dar certo. Seja forte e corajosa. Obrigado por tudo. Te espero em breve.”
Em seguida, o autor da carta escreve um trecho da música “Nosso Primeiro Beijo”, de Gloria Groove: “Geladeira cheia, dormir de conchinha.” Ele finaliza o bilhete com uma declaração de amor: “Um beijo e um abraço apertado. Love you.”
Leia a íntegra da carta:
“E aí, gatinha. Como ‘vc’ tá? Espero que esteja bem.
Passando aqui só ‘pra’ ‘fala’ [sic] que ‘aq’ ta ‘td’ bem e que estou ‘aq’ te esperando e que ‘vc’ ‘ñ’ está sozinha. Espero ‘tbm’ que nada mude da nossa conversa, ‘ñ’ posso falar muito por ‘aq’, mas se der responde algo escreve ‘tbm’. Oro todo dia por tudo, que Deus nos abençoe, tudo vai dar certo. Seja forte e corajosa.
‘Obg’ por tudo. Te espero em breve.
‘Geladeira cheia, dormi [sic] de conchinha’.
Um beijo e um abraço apertado. Love you.“
Veja a carta:
Horas depois do crime, Mario e a viúva foram a um motel no interior de São Paulo, onde, segundo a investigação, “teriam permanecido por três horas, o que, segundo Rafaela seria para se lavar e trocar de roupas, as quais estavam sujas de sangue”. Em seguida, eles abandonam o carro de Mário em uma rua no centro de Pindamonhangaba.
“A morte de Igor traria grande vantagem financeira ao trio denunciado, pois MÁRIO poderia assumir a liderança da empresa que tinha com a vítima, sendo esse empresário de sucesso. RAFAELA, viúva, receberia sua herança/meação. E MARCELLY, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente teria os benefícios financeiros”, diz a denúncia do MP.
O que diz a defesa da viúva
O advogado Marcelo Cruz, que representa Rafaela Costa da Silva, afirma que a inclusão do bilhete no inquérito “se demonstra frágil e insuficiente para demonstrar eventual participação de Rafaela no crime de homicídio.
O advogado elenca os seguintes pontos pelos quais, segundo ele, a carta não deveria ser considerada no processo:
- “Não restou esclarecido de que forma o bilhete foi apreendido;”
- “Não há comprovação de que o bilhete era direcionado a Rafaela;”
- “Não há prova técnica de exame grafotécnico, a fim de se atestar quem efetivamente o escreveu”
- “A narrativa do bilhete não aponta autoria ou participação de crimes sob o ponto principal que se refere ao homicídio.”
“Por estas e por outras razões, que no momento oportuno, a banca de Defesa do escritório do criminalista Marcelo Cruz se manifestará, esclarecendo que não há provas
sólidas e concretas que Rafaela Costa da Silva esteja envolvida no crime de homicídio em apuração.”
O que dizem as defesas dos outros suspeitos
Em nota, a defesa de Mario afirmou que “a investigação se mostrou confusa ao apontar um viés econômico, ignorando inúmeras provas que indicam o crime de ímpeto” e reafirmou o compromisso com a “Justiça corretamente aplicada ao caso concreto”.
A defesa de Marcelly explicou que a irmã da vítima estava em sua casa, deitada na sua cama, quando Igor e Mario chegaram discutindo.
“Mario entrou direto no apartamento pois ainda tinha a senha. Igor, nervoso, chutou uma porta que tinha um espelho e o quebrou. Em seguida, Marcelly, nua, saiu da cama e foi para o cômodo ao lado vestir uma roupa. Ela narra que estava atordoada pois costumava beber.”
Como a discussão não parava, “após achar roupa e se vestir, voltou ao quarto e começou a gritar por socorro”. “[Ela] Viu Mário saindo de cima do seu irmão mas não presenciou facadas”, disse a defesa de Marcelly.